O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) divulgou dados atualizados sobre os trabalhadores feridos e internados devido ao incêndio seguido de explosão que ocorreu na manhã desta segunda-feira (21), na plataforma Cherne 1 (PCH-1), da Petrobrás, na Bacia de Campos. O grave acidente deixou 34 vítimas.
De acordo com o sindicato, das 34 pessoas que tiveram de passar por atendimento médico após o acidente, 14 por queimados e 20 por inalação de fumaça. Além disso, sete ainda estão internadas e 4 estão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
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As informações foram divulgadas pela Sindipetro, com base no atendimento de um assistente social e um médico do trabalho, que estão acompanhando as vítimas in loco.
Nesta terça-feira (22), Sérgio Borges, diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense, afirmou que o que aconteceu em Cherne 1 "poderia ter sido evitado". "São vidas colocadas em risco por negligência e falta de planejamento. Não podemos permitir que a falta de investimento em manutenção e segurança faça com que as unidades sejam espaços de vulnerabilidade para os trabalhadores", declarou.
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Após o acidente, a FUP alertou para a urgência de uma política que assegure investimentos contínuos em manutenção, segurança e infraestrutura nas plataformas. "Além de reduzir riscos, um programa que assegure a integridade das instalações pode também movimentar a indústria nacional, fortalecendo cadeias produtivas relacionadas à manutenção, segurança industrial e reaproveitamento de materiais, gerando empregos e desenvolvimento sustentável", defendeu a organização.
Diante disso, a diretoria do Sindipetro está planejando a convocação de um ato para defesa da saúde e da segurança dos petroleiros e petroleiras. "A plataforma PCH-1 reúne vários registros de problemas, inclusive em atas da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes). Alguns deles chegaram a provocar interdições em rotas de salvamento, o que agravou as condições de fuga após a explosão. A insegurança na unidade, no entanto, não é um caso isolado", reforça a FUP.
Borges também afirmou que é um "absurdo" que, com toda a tecnologia que a indústria do petróleo possui hoje, ainda haja tragédias como a desta segunda-feira. "Vamos cobrar e denunciar aos órgãos competentes, como o Ministério Público do Trabalho, a ANP, inclusive as polícias Federal e Civil, caso a gente encontre indícios de responsabilidade civil no acidente ocorrido", disse o sindicalista.
Sobre as vítimas
De acordo com o Sindipetro, quase todos os quadros são considerados “estáveis” pela equipe médica. Já as quatro vítimas que estão em UTI são mantidas “em cuidados de lesões e analgesia”.
O caso mais grave é o do petroleiro que foi resgatado no mar. Ele se feriu com queimaduras de primeiro, segundo e terceiro graus, além de politraumatismo. Os demais tratam lesões causadas por queimaduras de primeiro e segundo graus.