O ministro-chefe da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, e Waldez Góes , ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, visitaram, nesta quarta-feira (22), a cozinha solidária do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) em Canoas, no Rio Grande do Sul.
Os ministros destacaram a importância da ajuda humanitária do MAB, que entrega mais de 5 mil marmitas por dia a famílias desabrigadas do estado. Para muitas pessoas, o alimento oferecido pelo movimento é a única refeição do dia. Ao todo, o RS tem 68 mil pessoas em abrigos, 581 mil desalojados e um total de 2.341.060 de atingidos.
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Paulo Pimenta também comentou sobre as medidas urgentes adotadas pelo governo federal para conseguir garantir segurança para que as pessoas atingidas consigam retornar às casas, devastadas pelas enchentes.
"Vamos fazer isso juntos, mas tem muitas pessoas que não vão ter para onde voltar", pontuou o ministro, que afirmou que esse período de transição vai ser difícil. "Nós temos que pensar em formas mais comunitárias e fraternas de acolhimento. Pensar políticas para que as pessoas possam também fazer essa transição com mais dignidade”, ressaltou.
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O ministro acrescentou que o governo pensa em uma série de iniciativas para ajudar na reconstrução da vida das pessoas atingidas. Uma delas é a compra assistida. Neste sentido, serão bloqueados, na Caixa Federal e no Banco do Brasil, os imóveis para leilão e todos serão comprados. O Minha Casa Minha Vida, com novos programas, será ampliado para assistir os atingidos do Rio Grande do Sul.
Cozinhas Solidárias
O MAB entregou uma carta aos ministros e disse que tem intensificado suas ações a partir da instalação de dez cozinhas solidárias em várias localidades, incluindo Canoas, Porto Alegre, Arroio do Meio e Lajeado. Com o apoio de militantes de diversos estados, o movimento conseguiu ampliar sua operação, atendendo às necessidades urgentes das áreas mais severamente afetadas pelas enchentes, como a região metropolitana da capital e o Vale do Taquari.
Em algumas áreas como as Ilhas das Flores, Pavão e Marinheiros de Porto Alegre, onde a água subiu até o segundo andar das casas, as entregas são feitas de barco, levando cerca de 150 a 200 marmitas diariamente aos moradores que enfrentam condições adversas.
Na carta entregue aos ministros, o MAB diz:
“Consideramos fundamental a unidade entre o Estado Brasileiro, este governo federal e os movimentos populares e sindicais que almejam a construção de um país justo e solidário. Não temos dúvida, do grandioso papel que o Estado nas suas diversas instancias deve cumprir de forma constante e permanente, e muito mais, nos casos de catástrofes como a que estamos vivendo no Rio Grande do Sul e também em outras partes do nosso país.O momento histórico que vivemos nos impõe a necessidade de trabalho solidário e conjunto, inclusive, para combater ideias e ações equivocadas de setores que querem sabotar as corretas ações que no conjunto estamos realizando.
Aqui apresentamos pontos para melhorar ainda mais o trabalho em realização:
- 1- Que se estabeleça um canal fluente de diálogo entre o Governo Federal e as organizações populares, sindicais e religiosos aqui mencionados.
- 2- Que todas as ações de união e reconstrução do Rio Grande do Sul tenham ampla participação popular, pois todas nossas organizações possuem experiencia e compromisso em trabalhar de forma organizada e eficiente, conquistando com isso elevação do nível econômico e cultural de nosso povo;
- 3- Que seja garantido pelo Governo Federal as condições mínimas para funcionamento emergencial das cozinhas solidárias e ampliação destas nas áreas necessárias, bem como de outras estruturas que serão necessárias para o acolhimento da população atingida.
- 4- Que todas as famílias atingidas sejam imediatamente isentadas do pagamento de água, energia elétrica, internet, IPTU, prestações da casa própria, de custeio e investimentos agrícolas pelo prazo mínimo de 6 meses.
- 5- Estamos organizando pauta mais ampla nos próximos dias, e ao estabelecermos um canal de diálogo, podemos apresentar reivindicações para seguir nos auxiliando mutuamente.
Sem mais, seguimos, pois 'É tempo de avançar'. 'Somos todos atingidos'”.
Saiba como ajudar
Para continuar oferecendo suporte para os atingidos do Rio Grande do Sul, o MAB depende de doações. As campanhas de arrecadação têm sido essenciais para manter as cozinhas solidárias em operação e para garantir que mais alimentos cheguem aos necessitados.
As doações podem ser feitas através do PIX, utilizando a chave 73316457/0001-83, ou acessar outras formas de ajuda no site do MAB.