Os trabalhadores da PepsiCo, multinacional bilionária dona da Pepsi, Elma Chips e Quaker, que haviam deflagrado greve contra a escala 6x1, decidiram suspender temporariamente a paralisação na unidade de Sorocaba, no interior de São Paulo. A medida, anunciada na noite desta sexta-feira (29), foi tomada em assembleia e valerá até quarta-feira (4), prazo dado à empresa para apresentar uma nova proposta de jornada de trabalho, segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Laticínios e Alimentação de São Paulo e Região (Stilasp).
A greve, iniciada no começo da semana, protestava contra a adoção das jornadas 6x1 e 6x2. Em Itaquera, outra unidade da PepsiCo segue com as atividades parcialmente paralisadas devido à continuidade da greve.
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"Diante da tentativa arbitrária da PepsiCo de implementar a jornada 6x1 e 6x2, propusemos a jornada de trabalho espanhola como alternativa. Porém, mesmo com nossas insistentes solicitações para um diálogo construtivo, a empresa se manteve inflexível. Na última reunião, realizada no dia 22, a empresa ignorou nossa proposta, reafirmando um comportamento que consideramos inaceitável, visto que estamos passando por uma mobilização nacional pelo fim de jornadas de trabalho desumanas", diz comunicado do sindicato.
O sindicato acusa a empresa de intransigência e destacou que propôs a chamada "jornada espanhola" como alternativa, sem que houvesse avanço nas negociações. Na próxima segunda-feira (2), uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) pode trazer novas definições para o impasse.
A PepsiCo, por sua vez, afirmou em nota que a jornada 6x1 está de acordo com a legislação brasileira e reforçou sua disposição para o diálogo. "A PepsiCo reafirma o compromisso com relações éticas e responsáveis em busca de soluções equilibradas para todas as partes", declarou a empresa.
O tema tem repercutido nacionalmente em meio ao debate sobre a redução da jornada de trabalho no Brasil, impulsionado pela proposta de Emenda à Constituição (PEC), apresentada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que prevê o fim da escala 6x1.
"O STILASP é contra as jornadas 6x1 e 6x2, nossa luta é para que todos trabalhadores tenham qualidade de vida e saúde mental", diz ainda o sindicato.