Neste sábado (2), milhares de brasileiros foram às ruas, em todo o país, em mais um dia de mobilização pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Trata-se da 6ª manifestação nacional contra o chefe do Executivo realizada desde o início do ano.
Foram realizados, ao todo, 314 atos que aconteceram em 304 cidades brasileiras e em 18 países diferentes. No exterior os protestos aconteceram na Alemanha, Argentina, Canadá, Estados Unidos, Espanha, França, Inglaterra, Itália, Porto Rico, Portugal, Suíça, Dinamarca, Bélgica, Áustria, Holanda, Irlanda, México e República Checa.
Segundo a Campanha Nacional Fora Bolsonaro, responsável pela organização dos protestos, cerca de 700 mil pessoas compareceram às manifestações.
"Toda essa movimentação demonstra que a luta, o desejo, a vontade pelo #ForaBolsonaro continua presente, cada vez mais, em amplos setores da sociedade. Este 2 de outubro demonstrou que, para além da luta pelo impeachment já do presidente, há uma crescente indignação do povo brasileiro com relação ao desemprego e ao aumento da fome e da miséria", diz trecho de nota divulgada pelos organizadores.
Em São Paulo, onde foi realizado o maior ato do dia, a presença de lideranças políticas de diferentes partidos fez com que a mobilização tomasse proporções nacionais. Compareceram políticos como Fernando Haddad e Gleisi Hoffmann (PT), Ciro Gomes (PDT), Marcelo Freixo (PSB) e Guilherme Boulos (PSOL). A manifestação ainda reuniu diversas lideranças de movimentos e entidades, como MST, MTST, CMP, Acredito, Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, UNE, ABI, Marcha Mundial das Mulheres, União Brasileira de Mulheres, Coalização Negra por Direitos e Direitos Já, além de centrais sindicais, artistas, representantes de comunidades indígenas e políticos de diversos partidos.
"Estamos dando uma resposta ao dia 7 de setembro. Essa avenida foi ocupada pelos bolsonaristas e nós resolvemos dobrar a aposta. E cada vez que o Bolsonaro nos ameaçar, nós vamos dobrar a aposta. Vamos dobrar a aposta na democracia", disse Fernando Haddad ao discursar em um carro de som.
“Eles não vão recuar, não vamos nos iludir com cartinha escrita pelo Bolsonaro com Michel Temer. Eles não vão recuar. Por isso, a gente tem que seguir avançando, não sair das ruas até o impeachment de Bolsonaro. E que depois do impeachment ele vá para o banco dos réus”, afirmou, por sua vez, Guilherme Boulos.
Além de reivindicar o impeachment de Bolsonaro, os manifestantes deram destaque, neste dia de mobilização, à alta dos preços dos alimentos e dos combustíveis, com bandeiras, infláveis e cartazes com a pergunta: "Tá caro? Culpa do Bolsonaro".