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Por Raimundo Bonfim*
Não é greve dos caminhoneiros, é locaute dos empresários com apoio das forças do capital e golpista
De forma apressada e sem uma análise mais acurada da situação, setores da esquerda e dos movimentos sociais tentam apoiar e até mesmo participar do movimento grevista. Isso não é greve, é locaute liderado pelos empresários da área de transporte. É um erro afirmar que é um movimento de caminhoneiros. Eles apenas estão executando uma ordem de seus patrões. O alastramento das paralisações e trancássos de rodovias pelo país afora não tem como objetivo defender a Petrobras, que está sofrendo o mais forte ataque desse sua criação. Ninguém nega o absurdo do escandaloso aumento da gasolina, gás e demais derivados, além da entrega da exploração do pré-sal a grupos estrangeiros. Mais é de alto risco apoiar um movimento que tem a sustentação dos meios de comunicação privados, liderados pela Globo. É bom lembrar de 2013. Naquele momento no início a direita era contra a pauta e as mobilizações do MPL, mais rapidamente apoiou e fez do movimento uma trincheira de oposição ao governo Dilma, ao PT e a esquerda. E quando a esquerda tentou entrar no movimento foi expulsa das ruas pelo fascismo. A quem diga que o golpe em curso começou em 2013, acho que foi em 2005 com aquela farsa que ficou conhecida de mensalão.
Agora a situação é bem mais perigosa, pois a depender do avanço do movimento e do tamanho do caos social e desabastecimento podemos terminar em ditadura. A quem interessa nesse momento derrubar o governo Temer? Nós? Qual a solução no lugar de Temer? Rogrigo Maia preposto do grande capital?
Vamos juntos para as ruas liderados pela Globo? As forças do capital e do golpe podem se aproveitar desse movimento e encaixar o discurso perfeito para cancelar as eleições de outubro e instalar um governo do judiciário e da mídia, a serviço do mercado e da restauração do neoliberalismo. Com os candidatos deles patinando nas pesquisa e o Lula ( mesmo preso) liderando as intenções de voto, um movimento que paralisa o abastecimento de combustível, alimentos, atinge a própria produção e circulação só seria favorável a nós se estivéssemos no controle do movimento e preparados para tomar o poder e colocar o Estado sob o controle da classe trabalhadora. Daí ser precipitado o apoio e participação no movimento.
Não podemos repetir 2013.
*Raimundo Bonfim é Coordenador nacional da CMP