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A usina hidrelétrica de São Luiz, considerada a "nova Belo Monte", ainda está no papel, mas o povo Munduruku promete resistência caso a construção realmente se inicie. A terra onde será construída a usina é considerada sagrada, é dela que eles sobrevivem e onde habitaram seus antepassados
Por Redação
O cantor e compositor Criolo publicou uma foto em seu Facebook, na tarde desta segunda-feira (11) se solidarizando a luta do povo Munduruku contra a construção da usina hidrelétrica de São Luiz, no rio Tapajós, no Pará.
Criolo escreveu que os indígenas lutam para "floresta não virar cemitério alagado e rio vivo não virar lago morto".
"Lutam pra salvar seu rio, nosso rio que é lindo, que é vida. Lutam pra salvar a floresta, nossa floresta que nem temos ideia do quanto é gigante e linda e o quanto já foi devastada. Lutam pra floresta não virar cemitério alagado e rio vivo não virar lago morto. Lutam por seu povo e pela sua, nossa história ancestral", postou o músico.
Os Mundurukus habitam uma área de 1.780 km², quase 20% maior do que o município de São Paulo, que ainda não foi regulamentada pelo Governo Federal. A hidrelétrica vai afetar diretamente as vidas das famílias que habitam a região.
A terra que a futura usina vai ocupar é sagrada para o povo Munduruku, é dela que eles sobrevivem e onde habitaram os seus antepassados. Os indígenas já prometeram resistência caso a apelidada de "Nova Belo Monte" saia do papel.
A usina São Luiz pode gerar 4.012 MW dos 206.000 MW que o Brasil necessita implantar. Em contrapartida a nova hidrelétrica vai alagar 40% da floresta amazônica. Em abril o Ibama suspendeu o licenciamento da usina com base no licenciamento da Funai que dizia que a construção de São Luiz traria "impactos irreversíveis" para os povos que habitam a região.
Foto de Capa: Otávio Almeida