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Alexandre Conceição, coordenador nacional do movimento, critica deputado federal Ezequiel Teixeira (Solidariedade-RJ), que pediu esclarecimentos sobre um suposto “exército do MST”: “Ele não conhece a trajetória da luta pela terra e, principalmente, a luta pela democracia desse País”
Por Guilherme Franco
O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Alexandre Conceição, rebateu as declarações do pastor e deputado federal Ezequiel Teixeira (Solidariedade-RJ) em que afirma que o movimento possui um “exército paralelo que ameaça à segurança nacional”.
De acordo com Conceição, o parlamentar está desinformado sobre a história e as reivindicações do movimento dos sem terra. “O deputado é uma pessoa que certamente não conhece a trajetória da luta pela terra, a luta pela verdadeira democracia desse País. Seus interesses estão ligados à classe dominante, da qual ele obteve financiamento para hoje estar no congresso nacional. O nosso exército é de trabalhadores rurais que lutam por um pedaço de terra”, afirma.
O pastor e deputado Ezequiel Teixeira (Solidariedade-RJ) apresentou dois requerimentos à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados com o objetivo de convidar Lula e o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) João Pedro Stédile para explicar uma fala do ex-presidente.
Lula disse que queria “paz e democracia”, mas que também “sabia brigar”, sobretudo quando o Stédile colocasse “o exército dele” nas ruas, em ato em defesa da Petrobras. Apesar de os requerimentos terem sido aprovados, Lula e Stédile não são obrigados a comparecer à comissão, já que se trata apenas de um convite
Durante a campanha eleitoral, no ano passado, o então candidato à Câmara pastor Ezequiel Teixeira distribuiu uma revista a eleitores em que a presidente Dilma Rousseff era acusada de ser o “anticristo”, por ser contra a homofobia.
MST articula protestos
No próximo dia 7 de abril, o MST e outros movimentos populares como a CUT, a CBT e a UNE, realizam atos em todo o País para defender o direito dos trabalhadores e impedir a votação do Projeto de Lei 4330/04, sobre a terceirização. No dia 1º de maio, Dia do Trabalhador, também vão acontecer atos unificados em todo o país.
“O governo não pode adotar uma política de arrocho para os trabalhadores. Defendemos a taxação para as grandes fortunas e, principalmente, para as empresas que estão na lista do escândalo do HSBC e aquelas que não pagam impostos”, explica Alexandre Conceição.
As manifestações também serão em defesa da reforma política e da democracia. “Estamos realizando uma série de plenárias estaduais para mobilizar a nossa militância sobre o momento econômico que o Brasil atravessa. Não podemos permitir que haja um retrocesso e que a direita continue incentivando um golpe constitucional”, conclui o coordenador nacional do MST.
Foto: Reprodução Facebook MST