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Como parte da Jornada de Lutas do Campo, que acontece em todo o Brasil, movimentos protestam para pedir melhorias nas questões agrária e energética
Texto e fotos | Por Claudia Rocha
Durante a tarde desta quinta-feira (12), quem passou pela Avenida Paulista, em São Paulo, dividiu espaço com mais de mil camponeses que marcharam até a sede do escritório da Secretaria-Geral da Presidência da República.
Trabalhadores do campo organizados em três movimentos participaram do ato: MST, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, MAB, o Movimento dos Atingidos por Barragens, e Fetraf, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar. As organizações reuniram um conjunto de reivindicações e construíram uma pauta unitária sobre questões do campo para apresentar ao governo federal.
[caption id="attachment_60838" align="alignleft" width="399"] Mais de mil pessoas estiveram na avenida Paulista[/caption]
Dentre a lista de demandas, três pontos foram destacados: reforma política realizada via plebiscito oficial, projeto energético popular e reforma agrária popular. O documento também traz pedidos de mais infraestrutura nas comunidades e nos assentamentos. Uma comitiva com representantes dos três movimentos foi recebida pela chefe do gabinete Nilza Fiuza em uma reunião que durou aproximadamente duas horas.
“Viemos pedir melhores condições para os mais de 100 mil assentados que temos hoje. Nossa pauta é bastante ampla, queremos debater o programa de crédito para agricultura familiar, a ampliação da assistência técnica no campo e também uma política de estímulo à alimentação saudável”, explica Delwek Matheus, membro da direção nacional do MST.
Para Gilberto Cervinski, coordenador do MAB, ainda é preocupante a situação da população atingida por barragens no país. “Estamos vendo a violação de direitos dos atingidos em várias regiões, nós já apresentamos uma política nacional de direitos que ainda não foi aprovada. Enquanto isso, as empresas distribuidoras de energia elétrica continuam com os lucros exorbitantes e quem sofre com os aumentos das contas de luz é a população”, comenta Cervinski.
A jornada de lutas do campo começou no dia 5 de março com manifestações de grupos de camponesas do MST. Os atos estão acontecendo em vários estados. Hoje, foram organizados protestos no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal, Bahia, Paraíba, Ceará, Pará e Rondônia.
“Faz pouco tempo que rompemos com uma lógica perversa de administração do país. Nós não queremos retroceder e, por isso, é importante pressionar”, afirma Elvio Motta, representante da FETRAF.Os camponeses que vieram ao ato de hoje na capital paulista participarão, junto com os trabalhadores da cidade, do ato em defesa da Petrobras que acontecerá amanhã também na Avenida Paulista.