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Ocupação era uma ação política contra a construção de 12 torres que podem comprometer o bairro histórico São José
Por Redação
Por volta da 5h desta terça-feira (17), o Batalhão de Choque da Polícia Militar de Pernambuco removeu o Ocupe Estelita, como ficou conhecia a ocupação popular do Cais José Estelita. De acordo com os ativistas da ocupação, havia um acordo firmado com o Ministério Público e as secretarias estaduais de Direitos Humanos e Defesa Social e que foi descumprido. Até o momento há a informação de que três pessoas foram detidas e uma ativista com ferimentos graves foi encaminhada ao Hospital Tricentenário, em Olinda.
Liana Cirne, disse ao Mídia Ninja que “a violência já fazia parte da ação”. "Ontem a noite fomos informados que o mandato seria cumprido hoje, entramos em contato com a Secretaria de Defesa Social e nos foi garantido que não seria realizada a desocupação. Hoje fomos surpreendidos. Foi uma Escolha do estado de Pernambuco e do Governo. Havia um claro propósito de agredir os ativistas”, declarou a advogada.
Ao jornal Diário de Pernambuco representantes do Movimento Ocupe Estelita sete pessoas foram presas e foram retiradas do local em carros sem identificação. Além das pessoas que foram feridas com estilhaços de balas de borracha, o ativista Sergio Urt disse que uma criança foi atingida nas costas.
Cerca de 60 pessoas estavam acampadas no Ocupe Estelita desde o dia 21 de maio, porém, o Batalhão de Choque, Cavalaria e canil invadiram e desocuparam o Cais José Estelita. A ocupação tinha como fator político a crítica e contrariedade ao projeto Novo Recife, que prevê a construção de 12 torres com 40 andares e que, de acordo com urbanistas e ativistas, trará “consequências graves” ao bairro histórico de São José.
Assim como a advogada Liana Cirne, Bruna Morrone afirma que vários acordos foram quebrados. De acordo com Morrone, ao entrar em contato com o comandante da PM foi informada de que a PM estava obedecendo ordens da Secretaria de Defesa Social. Segundo a ativista, em reunião anterior, o secretário da Defesa Social, Alessandro Carvalho, havia garantido que, antes de qualquer ação de reintegração de posse os ativistas seriam avisados com 48h de antecedência, o que não aconteceu.
E de acordo com as últimas informações, a demolição dos armazéns do Cais José Estelita já começou. O Batalhão de Choque permanece no local, que reprime com bombas qualquer tentativa de interrupção do trabalho das escavadeiras.
Você pode acompanhar em tempo real a situação do #OcupeEstelita na página oficial deles.
A ação de reintegração, de 29 de maio deste ano, é assinada pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Márcio Aguiar.
Aqui você pode conferir o depoimento da advogada Liana Cirne a respeito do não cumprimento dos acordos.
Foto: Mídia Ninja