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Cerca de 40 mil pessoas são esperadas para a Marcha Cultural que abre nesta quarta-feira, 12, o Fórum Mundial de Educação do Alto Tietê, na cidade de Mogi das Cruzes, na região metropolitana de São Paulo.
Por Flávia Albuquerque
Cerca de 40 mil pessoas são esperadas para a Marcha Cultural que abre nesta quarta-feira, 12, o Fórum Mundial de Educação do Alto Tietê, na cidade de Mogi das Cruzes, na região metropolitana de São Paulo. Com o tema central "Protagonismo na diversidade", o encontro vai até domingo, 16, e reunirá profissionais, intelectuais, militantes e estudantes para discutir os eixos temáticos Educação para sustentabilidade do planeta; Prática em educação: os cenários da diversidade; Políticas públicas em educação: efetivando e concretizando direitos?; e Protagonismo: responsabilidade social na educação contemporânea.
Está prevista a participação do ministro da Educação, Fernando Haddad, de secretários de Educação, profissionais envolvidos com as políticas públicas e intelectuais brasileiros e estrangeiros. Do encontro resultará a Plataforma Mundial de Educação que será levada ao Fórum Social Mundial. Durante todo o encontro também serão desenvolvidas atividades sobre a vida e a obra do educador Paulo Freire para lembrar os dez anos de sua morte. Ao final do fórum, haverá o plantio de árvores para tentar neutralizar a produção de gás carbônico durante o encontro.
Segundo um dos coordenadores do fórum, o professor Moacir Gadotti, o objetivo do encontro é buscar caminhos para efetivar uma educação de qualidade e de direito universal. “Vamos discutir como conviver e valorizar a diversidade, relacionando esse tema com os quatro eixos temáticos, que são todos muito atuais”. De acordo com ele, todas as questões incidem na educação já que só a educação pode levar a humanidade a “um outro mundo possível”.
Apesar da presença de intelectuais e estudiosos do Brasil e de outros países, Gadotti disse que não há estrelas no encontro, porque ele é um espaço democrático onde todos têm a mesma importância e contribuem da mesma maneira com a troca de experiências. “As estrelas são todos os participantes. Essas pessoas trazem grande experiência, mas também aprendem muito porque o fórum é espaço de aprendizagem”. Gadotti afirmou que o centro das atenções são os jovens e as crianças. “Não existe separação entre o intelectual e o ativista. A idéia é de outra educação, na qual todos aprendem”.
O encontro pretende ainda buscar apoio dos participantes para o Dia de Ação Global que ocorre em 26 de janeiro de 2008. Segundo Gadotti, a data será precedida de uma semana de jornadas pelo mundo a fim de chamar a atenção da sociedade e autoridades para a questão da educação. “Durante o fórum, vamos realçar a importância desse dia e pedir a adesão de todas as pessoas para, no dia 26 de janeiro, reforçar as ações que serão visíveis em todos os lugares ao mesmo tempo”.
Para Gadotti, todos os temas são importantes, mas alguns terão destaque maior por estarem inseridos diretamente no contexto da educação e da sustentabilidade. “Por estar localizado no Alto Tietê, região onde fica a nascente do Rio Tietê, o tema que tratará da educação e sustentabilidade é muito atual devido às questões do aquecimento global e das mudanças climáticas. Isso incide muito na educação”. Segundo o professor, é a própria humanidade que precisa decidir se quer viver até o final do milênio e para isso é preciso focar a educação nesse tema.
O professor destacou a discussão sobre as políticas públicas de educação, entre elas o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), o direito à educação de qualidade, que interessa tanto para os alunos quanto para os pais e professores, e a diversidade e acessibilidade, já que são mais de 30 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência física no país. “A educação democrática também continua na ordem do dia. É um tema antigo, mas está presente nas preocupações das pessoas. Ainda há violência nas escolas e enquanto elas não plantarem a paz não dá para trabalhar nenhum conteúdo”.
Gadotti reforçou que o Fórum Mundial de Educação tem a preocupação permanente de quebrar o neoliberalismo que, segundo ele, está muito presente, forte e vivo na sociedade atual. “Nós queremos uma sociedade mais justa, igualitária e mais feliz do que a sociedade neoliberal. Não queremos lutar contra o pensamento único apresentando outro pensamento único, mas achando que a diversidade humana admite a diversidade de modos de vida diferentes”.