Se existe algum tipo de moda que seja sustentável é a que não requer produzir mais peças, usar o que já existe. A estimativa é de que sejam produzidas entre 100 bilhões e 150 bilhões de peças de vestuário por ano em todo o mundo. Esse número dobrou desde o ano 2000, refletindo o impacto da fast fashion e o aumento da demanda por roupas mais acessíveis e de rápida produção.
A produção em massa de vestuário é um dos maiores contribuintes para o desperdício e para as emissões de gases de efeito estufa. Anualmente, cerca de 92 milhões de toneladas de roupas são descartadas em aterros sanitários, enquanto menos de 20% das peças são coletadas para reutilização ou reciclagem.
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Esses números são das ongs The Round Up e Fashion United e sublinham a magnitude do impacto ambiental causado pela moda rápida e pela produção excessiva de roupas, incentivando a busca por soluções mais sustentáveis, como a economia circular e o aumento da reutilização de vestuário.
Use o que já existe
Em um esforço para promover uma mudança de cultura de consumo, foi criada a campanha Setembro de Segunda Mão. O movimento que incentiva as pessoas a adotarem um modo de consumo mais sustentável, ao comprar roupas de segunda mão. A campanha busca conscientizar sobre o impacto da moda rápida, o fast fashion, e combater o desperdício que prejudica o planeta.
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A iniciativa foi lançada pela ong britânica Oxfam em 2019 para promover o consumo consciente e incentiva a compra em brechós e praticas como troca de roupas entre pessoas e doações.
O objetivo é reduzir o desperdício e combater o impacto ambiental causado pela indústria da moda, que é uma grande emissora de gases de efeito estufa.
No Brasil, a campanha prática vem ganhando força e conta com o apoios como o do Instituto Fashion Revolution Brasil, que está com uma programação em várias cidades e que você pode acessar aqui.
Impactos positivos
Ao comprar uma roupa de segunda mão você ajuda a poupar recursos naturais. Para ter uma ideia do quão sedenta é a indústria da moda confira alguns dados:
- Em todo o mundo a indústria da moda consome por ano uma quantidade de água capaz de encher 37 milhões de piscinas olímpicas.
- A compra de apenas um par de jeans e uma camiseta usada pode economizar o equivalente a 20 mil garrafas de água.
- Só um jeans requer o uso de 16 mil garrafas de água, o que poderia hidratar 4.750 pessoas em um único dia.
- A produção de uma simples camiseta de algodão exige o uso de 5.400 garrafas de 500 ml de água, quantidade suficiente para suprir as necessidades de consumo de 1.600 pessoas em um dia.
- Produzir um par de jeans gera a mesma quantidade de gases de efeito estufa que dirigir um carro por mais de 128 km.
- Roupas descartadas feitas de tecidos não biodegradáveis podem permanecer em aterros sanitários por até 200 anos.
Fonte: Oxfan
Moda circular
A prática de comprar roupas de segunda mão, reciclagem de tecidos e aluguel de peças são exemplos de moda circular, um modelo que visa reduzir o desperdício e prolongar o ciclo de vida dos produtos.
Ao contrário da moda linear, que envolve a produção, consumo e descarte, a moda circular promove a reutilização, reciclagem e regeneração de materiais.
A moda circular é um sistema busca minimizar o impacto ambiental, reduzindo a produção de resíduos e o uso de recursos naturais.
Economia circular
A moda circular está inserida no contexto da economia circular, modelo econômico projetado para minimizar o desperdício e maximizar o uso de recursos.
A economia atual opera de forma linear: extraímos recursos da Terra, fabricamos produtos e os descartamos como resíduos. Em contraste, a economia circular busca evitar a produção de resíduos desde o início.
Baseada em três princípios — eliminar resíduos e poluição, circular materiais em seu valor mais alto e regenerar a natureza —, esse sistema promove a transição para energias renováveis, dissociando o crescimento econômico do uso de recursos finitos.
Além de enfrentar problemas globais como mudanças climáticas e perda de biodiversidade, a economia circular gera prosperidade, empregos e resiliência.
Fonte: Fundação Ellen MacArthur