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Pesquisa aponta qual é o país no mundo que mais acredita em fake news

Números de uma pesquisa da OCDE mostram desinformação no Brasil que chega ao Congresso, onde deputados agem movidos por fake news

Créditos: OCDE
Escrito en MÍDIA el

Uma pesquisa da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) publicada em junho apontou qual o país que mais sabe identificar fake news e quem menos sabe. 

O Brasil ficou em último lugar. É o país com o povo que mais acredita em fake news entre todos os 40.756 entrevistados de 21 países.

A Finlândia teve o melhor desempenho geral, com 66% de acertos na análise do conteúdo, enquanto o Brasil teve o menor, com 54%. 

 

Segundo o estudo, que analisou vários recortes, os países nórdicos se saíram melhor, enquanto países LatAm, como Brasil e Colômbia, precisam melhorar a sua alfabetização em social media. Outra observação da pesquisa é que na América Latina mais de 85% das pessoas frequentemente ou às vezes obtêm notícias das redes sociais, em contraste com menos de 60% na Alemanha, Japão e Reino Unido. Nos países que menos consomem notícias das redes sociais, a pontuação foi melhor, indicando maior capacidade em analisar a veracidade das informações. [Snaq]

No Brasil, além do intenso número de pessoas que se informam pelas redes sociais, existe a quase total desregulamentação do setor somada à alimentação de notícias falsas ou enviesadas distribuídas pela própria mídia comercial. 

 

Grandes veículos de imprensa e também emissoras de rádio e TV de uma mídia oligopolizada criam uma onda de notícias que se espalha e distribui desinformação.

Exemplo disso foi uma recente notícia veiculada pelo Estadão de que haveria uma "gabinete da ousadia" no governo Lula, semelhante ao comprovado "gabinete do ódio" do governo Bolsonaro, que operava de uma sala contígua ao ex-presidente e era comandado por Carlos Bolsonaro, segundo as investigações da Polícia Federal. 

O tal gabinete criado pelo Estadão foi formalmente desmentido pelo governo e não foi apresentada uma única prova de sua existência.

No entanto, notícia gera notícia, que alimenta redes bolsonaristas de combate ao governo Lula. 

Com base nessa notícia falsa, os deputados bolsonaristas Filipe Barros (PL-PR) e Bia Kicis (PL-DF) solicitaram à Procuradoria Geral da República (PGR) a inclusão de membros do fake “gabinete da ousadia” do PT, criado pelo Estadão, no inquérito das milícias digitais.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, deu um parecer contrário ao pedido e explicou as razões:

 

[O pedido] “não aponta, de maneira objetiva e inequívoca, fato minimamente individualizado que justifique a adoção de providências penais”.

“A conclusão é a de que as elementares típicas reclamadas pelo art. 1º da Lei n. 12.850/2013, que define o conceito de organização criminosa para fins penais, não são aferíveis a partir de nenhum dos episódios indicados pelos noticiantes”. [Veja]

 

A decisão final será do ministro do STF Alexandre de Moraes, que vai definir, a partir da decisão negativa do PGR, se inclui ou não o tal "gabinete da ousadia" no inquérito do "gabinete de ódio" bolsonarista, sob sua responsabilidade.