Nascida em São Jerônimo, no interior do Rio Grande do Sul, Patrícia Poeta, que substituiu Fátima Bernardes como apresentadora do programa Encontro, na Globo, falou em entrevista à Monica Bergamo, na Folha de S.Paulo, sobre as acusações de racismo que sofreu pelas recorrentes interrupções a Manoel Soares.
O jornalista negro deixou a Globo em meio à polêmica, acusado pelo "compliance" da emissora de assédio moral a funcionários. Soares nega as acusações e disse, à época, que "há séculos usam a estratégia de alegar comportamento abusivo para desqualificar homens negros".
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Na entrevista à Folha, Patrícia Poeta culpou o "efeito manada" das redes pela repercussão dos vídeos com as interrupções, que geraram as acusações de racismo.
"Todos nós somos [julgados] por qualquer coisa hoje em dia. E as pessoas não quererem saber se aquilo é verdade ou se é mentira. É um efeito manada. Porque um falou, aí o outro fala, e vai crescendo…", disse.
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Em seguida, a apresentadora tentou minimizar os atos e relatou que haveriam "interesses" por trás das denúncias, sem afirmar quais seriam eles.
"Já passei na frente de um monte de gente, um monte de gente já passou na minha frente. Mas aí [ao dizerem que ela fez de propósito] tem um interesse por trás. Que você não sabe de onde vem, por que vem", disse.
Ainda sobre as interrupções ao ex-colega de Encontro, ela atribui as acusações à "trechinhos" do programa distribuídos nas redes sociais, que gerariam a "narrativa" sobre o racismo.
Hoje, na internet, a pessoa não assiste o programa, mas pode colocar o vídeo do trechinho [do que ocorreu] da forma que ela quiser, com a narrativa que ela quiser", afirmou.
Desculpas
Em junho passsado, a apresentadora chegou a gravar um vídeo, divulgado no programa, para se desculpar por ter "cortado" Manoel Soares em mais de uma ocasião.
A jornalista disse ter ficado na dúvida se voltou a passar na frente do colega enquanto ele falava para as câmeras e se justificou para o público: “Temos várias câmeras apontadas para todos nós”, disse.
“Eu saí correndo aqui para tomar uma água porque eu tinha que falar bastante. Aí passei por aqui. Olha a quantidade de câmeras que têm aqui. É legal para o pessoal de casa entender o nosso modus operandi”, destacou.
“Então, para você passar para pegar uma caneca, você dá uma corridinha, toma um golinho de água e vai contando as notícias. Passou na frente de uma câmera, se isso acontecer, em qualquer momento, você já sabe. É porque temos várias câmeras apontadas para todos nós. É a vida como ela é”, acrescentou a jornalista.