LULA

RedeTV! afaga Lula, mas dono continua bolsonarista

A emissora que chegou a defender o uso da ivermectina, até demitiu Sikêra Jr; Marcelo de Carvalho, um de seus donos, no entanto, continua a defender o ex-presidente

Lula com Kennedy Alencar durannte entrevista.Créditos: Ricardo Stuckert
Escrito en MÍDIA el

A até então bolsonarista RedeTV tem mudado os rumos da sua política editorial após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A maior manifestação disso, até o momento, foi a entrevista com Lula exibida na última terça-feira (27), comandada pelo jornalista Kennedy Alencar.

A emissora que, em outros tempos, era extremamente crítica a Lula e defensora ferrenha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), parece que virou mesmo a chave. A RedeTV!, que chegou a defender o uso de ivermectina durante a pandemia de Covid-19, tinha apresentadores de extrema-direita Sikêra Jr., por exemplo.

O entrevistador de Lula, por outro lado, foi Kennedy Alencar que, ao contrário de Sikêra, é um jornalista sério, democrata reconhecido por todos como um ótimo profissional. Os telejornais também mudaram e evitam críticas ao governo, tendo sido elogiados até por aliados de Lula.

A emissora sim, o dono não

O mesmo, no entanto, não acontece com Marcelo de Carvalho, vice-presidente do grupo e um dos donos da emissora. Ele continua a defender Jair Bolsonaro, a dizer que é apoiador do ex-presidente, mesmo que de maneira mais amena.

A RedeTV! disse ao f5, da Folha, que faz um jornalismo imparcial:

"A linha editorial da RedeTV! é apartidária, plural e equilibrada. A emissora não faz pautas positivas ou negativas sobre governos, empresas e pessoas. Faz jornalismo. A entrevista com o presidente da República tem relevância jornalística e interesse público, como comprovou a enorme repercussão nos veículos de comunicação do país, inclusive na própria Folha de S.Paulo. A linha editorial da RedeTV! está em sintonia com o pensamento dos acionistas de que o jornalismo isento fortalece a democracia e permite ao cidadão se informar bem e formar a própria opinião", diz a nota.