O Brasil é conhecido por ser um dos países que possui uma das populações mais engajadas nas redes sociais e mais criativas na produção de memes - já tendo, inclusive, vencido uma "guerra memeal" contra internautas de Portugal em 2016. Esta "arma", agora, vem sendo usada para constranger o governo de Israel diante das fake news sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ataques ao mandatário.
Desde que fez um discurso corajoso na Etiópia, no último domingo (18), comparando o massacre de palestinos promovido pelas forças militares israelenses na Faixa de Gaza ao genocídio de judeus encampado pelo regime nazista de Adolf Hitler, Lula vem sendo atacado pelo governo de Israel, através do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, do chanceler Israel Katz e dos perfis oficiais da diplomacia israelense nas redes.
Além de dar, através de seu chanceler, uma reprimenda pública no embaixador brasileiro em Israel e de convocar seu embaixador no Brasil - gesto que foi repetido por Lula como reação -, Netanyahu classificou a declaração do presidente brasileiro como "vergonhosa", disse que ele cruzou uma "linha vermelha" e o declarou como "persona non grata" em seu país.
O chanceler Israel Katz, por sua vez, não contente com a reprimenda no embaixador brasileiro, seguiu destilando impropérios contra Lula nas redes sociais, cobrando um pedido de desculpas do presidente brasileiro, sugerindo que Lula não conhece a história e classificando sua fala como "promíscua e delirante".
Como se não bastasse, a conta oficial do Estado de Israel no X, antigo Twitter, voltou a repetir mentiras de que Lula negaria o Holocausto em publicação que tenta fazer um deboche em relação à visão que os israelenses e outros estrangeiros teria do Brasil.
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta, reagiu com uma nota contundente em que afirma que o chanceler israelense incorre em fake news.
“O chanceler de Israel, Israel Katz, distribui conteúdo falso atribuindo ao presidente Lula opiniões que jamais foram ditas por ele. Em nenhum momento o presidente fez críticas ao povo judeu, tampouco negou o Holocausto. Lula condena o massacre da população civil de Gaza promovido pelo governo de extrema direita de Benjamin Netanyahu, que já matou mais de 30 mil palestinos, entre eles, 10 mil crianças. Desde o primeiro dia, o presidente Lula condenou como terroristas os ataques do Hamas contra o povo de Israel”
Já internautas brasileiros decidiram reagir "invadindo" os perfis oficiais de Netanyahu, Israel Katz e do governo israelense. Para além de críticas e defesas de Lula, os usuários das redes sociais do Brasil vêm tentando constranger as autoridades de Israel com charges e memes alusivos ao massacre em Gaza e à reação à fala do petista - além de prints de matérias que mostram associação do ex-presidente Jair Bolsonaro com o nazismo. Muitos têm encampado o "vampetaço", que se trata de lotar os comentários com uma foto do ex-jogador Vampeta nu.
Os brasileiros ganharam apoio de usuários das redes sociais de outros países, que também passaram a comentar nas publicações dos perfis oficiais de Israel com críticas e memes.
Confira algumas reações