A jornalista Cecília Flesch voltou a falar sobre sua demissão da GloboNews em uma transmissão ao vivo feita através do Instagram no domingo (18) e ainda revelou bastidores e intrigas na emissora, citando episódios de "traição" e "mensagem vazada".
Cecíla foi demitida na última semana em meio à repercussão de críticas que fez à GloboNews durante participação em um podcast. A ex-âncora do jornal "Em Ponto", entre outras declarações polêmicas, chegou a chamar a emissora de "RivoNews", em referência ao famoso tranquilizante Rivotril, e afirmou que a empresa estaria “um saco” por priorizar reportagens de política e economia.
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Na live em que detalhou aos seus seguidores a demissão, Cecíla Flesch disse que seu desligamento foi motivado por uma "reformulação" na emissora, mas se mostrou surpreendida com a notícia, visto que ela estaria envolvida nesse projeto de reformulação, tendo gravado um programa piloto dias antes.
"Escutei que eu estava sendo desligada por conta de uma reformulação no canal, só que, naquele dia, eu tava fazendo um piloto, eu fazia parte da reformulação", declarou.
“Eu fiquei em choque, só que eu estava muito bem preparada. No dia anterior, eu estava conversando com o chefe de redação sobre as novidades e tinha gravado um programa piloto. Eu não entendia como um jornal que estava há um mês ganhando na audiência poderia estar passando por aquilo”, afirmou ainda.
A jornalista também detalhou o que chamou de "sequência de fatos estranhos" na GloboNews, que envolveria intrigas entre editores e "mensagem vazada".
"Em abril, foi confirmada a mudança da chefia. Em uma reunião com a minha então editora-chefe, ela me proibiu de elogiar a equipe para o diretor do canal. Ela disse que se eu elogiasse a equipe, a gente ia perder as melhores pessoas que a gente tinha. Ela interrompeu, inclusive, uma fala minha, de forma muito brusca. Quatro dias depois, a gente fica sabendo, sem querer, que houve a tentativa de tirar esse nosso grande editor que eu tava elogiando. [...] Eu consegui reverter a situação e a gente conseguiu manter ele com a gente", disse.
Ela ainda narrou a demissão de um editor de política que teria sido "traído" por um de seus colegas e revelou que chegou a ser alvo de uma advertência, sob a acusação de ter feito publicidade de uma marca de roupas em suas redes sociais.
"No dia 29 de maio eu recebi por e-mail uma advertência com um print de um story do dia 12 de abril. Story se apaga em 24 horas [...] No print, eu supostamente estaria fazendo publicidade de uma marca de roupa. [...] Eu expliquei que eu não estava, eu estava respondendo aos assinantes sobre uma roupa que eu usei na execução do meu trabalho durante o jornal. Era uma roupa que era um empréstimo à nossa editoria de moda, portanto alguém que estava colaborando com a empresa. Eu falei 'para todo mundo que tá perguntando, o macacão é da loja tal'", pontuou.
"Esse print do meu story, de 40 dias antes da data que eu recebi o e-mail, era de um iPhone no horário de 21h45, com 11% de bateria. Não me pareceu algo institucional, como se houvesse um departamento olhando para isso. Alguém encaminhou um print maldoso para sinalizar algo para a direção", prosseguiu Cecília Flesch.