A jornalista Giuliana Morrone, 56, que faz parte da turma de profissionais que foi demitida da TV Globo nesta semana, escreveu um texto no qual fala sobre a demissão em sua conta no Instagram.
"Estou aqui celebrando e agradecendo por tudo o que vivi. Ah, me deixa, sou dessas!Não me venha com 'a vida é feita de ciclos'. A minha nunca foi, mas de saltos, mergulhos, curvas e retas", escreveu.
A jornalista relembrou o início da paixão pela profissão. "Meu amor pelo jornalismo começou aos 14 anos. Consegui um furo, uma entrevista com a poetisa Cora Coralina. Foi para o jornalzinho da escola. Muitos na turma nem sabiam que Cora era aquela, mas eu senti um orgulho incrível de poder fazer perguntas para ela", recordou.
"E foram tantas outras perguntas", prosseguiu. "Em italiano, para Sophia Loren. Em inglês, na correria, para Barack Obama. Em português, há anos, para todo este pessoal aqui do Planalto Central", registrou.
Morrone revela que a vida, para ela, é feita de paixão. "Sempre tive paixão pelo jornalismo e por onde eu exerci até agora a minha profissão. Minha outra paixão e força é pela verdade. Sempre", declarou.
Ela escreveu ainda que, nos últimos anos, voltou para a universidade para estudar sustentabilidade empresarial. "E esbarrei, novamente, na minha obsessão, a busca pela verdade", observou.
"Novo ciclo? Já disse que comigo não é assim. Mas pode esperar novos desafios, aprendizados, novas experiências, sempre buscando respostas, sempre buscando a verdade e com paixão", antecipou.
Ela finaliza a postagem com um trecho de um poema de Cora Coralina. “ Não te deixes destruir… Ajuntando novas pedras e construindo novos poemas. Recria tua vida, sempre, sempre. Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça. Faz de tua vida mesquinha um poema.”
Veja o post na íntegra:
Demissões em massa
Nos último dias, a Rede Globo tem promovido o que, provavelmente, é a maior onda de demissões no jornalismo de sua história. Em todos os estados onde a emissora tem sede, vários profissionais com décadas de carreira têm sido desligados, tanto entre apresentadores e repórteres como também na parte técnica.
O rolo compressor é grande, maior do que qualquer outro e provocou medida de urgência da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e também de vários sindicatos de jornalistas de todo o país.
As entidades soltaram uma nota conjunta na qual reivindicam à Globo “uma reunião em caráter urgente para tratar das demissões que começaram a ocorrer nos diferentes estados onde a emissora está sediada”.