A jornalista Juliana Dal Piva, do portal Uol, anunciou nesta quinta-feira (20) que derrotou Frederick Wassef no Tribunal de Justiça de São Paulo, por 3 a 0. O advogado de Bolsonaro, que ficou conhecido em 2020 quando Fabrício Queiroz foi encontrado em uma propriedade sua em Atibaia, no interior de SP, havia processado a jornalista pela divulgação do print de uma conversa privada entre ambos, na qual tentava intimidá-la.
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À época, Dal Piva participou do podcast ‘A vida secreta de Jair’, que investigou o esquema de rachadinha no gabinete de Jair Bolsonaro durante seu tempo de deputado federal. A troca de mensagens ocorreu em julho de 2021. Nela, Wassef questiona os princípios éticos da jornalista antes de disparar: “Faça lá [em países onde Wassef considera que existam ditaduras de esquerda] o que faz aqui no seu trabalho, para ver o que o maravilhoso sistema político que você tanto ama faria com você. Lá na China você desapareceria e não iriam nem encontrar o seu corpo”.
Quase um ano depois, em junho do ano passado, o juiz Fábio Coimbra Junqueira, da 6ª Vara Cível do TJ-SP condenou ambos ao pagamento mútuo de uma indenização de R$ 10 mil. Wassef por danos morais e Dal Piva pela divulgação do print com as ofensas. O juiz entendeu que a conversa era privada e não deveria ter sido tornada pública.
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A jornalista recorreu afirmando que tem o direito de defender-se publicamente da intimidação e, em novo julgamento, ocorrido nesta quinta, sua condenação anterior foi revogada, e seu direito à defender-se restabelecido. A condenação de Wassef foi mantida.
“Vencemos por 3 a 0 no TJ-SP. Fui absolvida por ter divulgado a mensagem com a ameaça e o homem que achou que ia me intimidar com aquilo foi condenado. Vencemos como país, a democracia venceu. Os jornalistas venceram”, escreveu Dal Piva no Twitter antes de agradecer o apoio que recebeu do público, dos colegas e das suas advogadas Ágatha de Miranda e Priscila Pamela.