Filha de Dona Marise, professora da rede pública em João Alfredo, cidade localizada no Agreste de Pernambuco, a jornalista Jullie Dutra tornou-se a mais nova milionária do Brasil ao receber o prêmio máximo do quadro "Quem quer ser um milionário", no "Domingão com Huck", neste domingo (10).
Jullie, que perdeu a mãe em 2013 após um AVC, acertou as 15 perguntas do programa apresentado por Luciano Huck para obter o feito inédito nas nove edições do quadro.
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“Minha mãe foi uma pessoa que abdicou de tudo para me dar o melhor. Ela era uma simples professora e me criou sozinha, porque eu perdi o meu pai com 5 anos de idade, assassinado”, contou ao Fantástico.
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Na última delas, ligou para pedir a ajuda a amiga Nerfetite Amanajás, que mora em Belém, no Pará.
"Com apenas 17 anos, Pelé foi campeão mundial de futebol na Copa de 1958 usando a camisa número", foi a questão que levou ao prêmio milionário, com a resposta: "10".
Em entrevista, Jullie conta que o fato da mãe ser professora a incentivou a estudar e a ganhar bolsas, desde criança, em escolas particulares.
A nova milionária cursou Radiologia, em Recife, e ingressou em Medicina em universidades da Bolívia e de Cuba. Por causa da falta de recursos, desistiu de tornar-se médica e se formou em jornalismo, com pós-graduação em Direitos Humanos.
CEO de uma agência de comunicação, Jullie se candidatou para participar do quadro no programa de Huck para poder estudar com mais tranquilidade para realizar seu sonho, de entrar para o Itamaraty.
"Sempre soube que ia ganhar. Era uma certeza divina, minha fé. Me inscrevi em 2021 e não mudei meu foco. O concurso do Itamaraty exige até a alma", disse ela ao portal G1, ressaltando que a jornada de estudos a ajudou na conquista milionária.
"Quase todas as disciplinas fazem parte do meu programa de estudos. Foi uma felicidade cair coisas que eu sei, como a COP [conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas], por exemplo".
Após a morte da mãe, Jullie Dutra passou por um processo de depressão. Atualmente ela mora com a avó, a filha e Carmelita, a segunda mãe, para quem ela vai dar uma casa.
"É uma misturada, eu sou a madrinha da filha dela, ela é a madrinha do meu filho. Acordo de madrugada e ela está estudando. Acordo de manhã cedo, 5 horas, com a Maria Helena, e ela está acordada estudando ou trabalhando", disse Carmelita ao Fantástico.
Com o prêmio, Jullie também pretende dar mais qualidade à filha Helena, de 3 anos, diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista, e seguir com os estudos para se tornar diplomata.
Ela é bolsista em um curso preparatório para o Itamaraty e não tem dúvidas de que vai realizar o sonho.
"Quero que as mulheres não desistam dos sonhos. A gente precisa se agarrar com a educação, porque ela é ferramenta de transformação e é a maior arma de combate ao machismo. Uma mulher com educação consegue ir muito além", afirmou.