Em sua intensa campanha contra o governo do presidente Lula, a mídia corporativa brasileira vive procurando motivos para críticas. Quando não consegue um fato novo inventa um, como as fake news contra o ministro da Justiça Flavio Dino.
O alvo do dia é uma alteração que o o Ministério do Trabalho e Emprego do governo Lula realizou numa portaria publicada em 2021, durante o governo Bolsonaro, que liberava de forma permanente o trabalho em feriados para uma lista de setores sem necessidade de negociação com os trabalhadores, em especial comércio e serviços.
Antes, quem determinava se o empregado iria trabalhar ou não era o patrão. Agora, tem que passar por uma negociação com o sindicato, o que fortalece o trabalhador na mesa da.
A portaria que foi alterada "liberava de forma irrestrita e permanente o trabalho em feriados e aos domingos para setores como o de supermercados, hipermercados e feiras livres, entre outros, somando mais de 70 categorias".
Agora não mais, quem determina o funcionamento é o que foi aprovado em convenção coletiva, que é fechado entre o sindicato e a categoria profissional.
Para o trabalhador, maravilha. Para a Folha, só problema. A medida "dificulta trabalho" e "favorece sindicato", o que provoca reação ("setor reage").
Assim como os jornais diziam sobre o término da escravidão ou a criação do 13º salário.
A Folha foi ouvir a Abras (Associação Brasileira de Supermercados), que considerou a decisão do MTE "um cerco à manutenção e criação de empregos, o que representa o maior desafio do século na geração de renda e valor para a sociedade brasileira".
Fizeram até uma nota criticando a decisão do governo:
"Os supermercados e hipermercados terão dificuldades para abertura das lojas em domingos e feriados, [...] o que representará elevação significativa nos custos de mão de obra, além de reduzir a oferta de empregos, face à inevitável redução da atividade econômica", diz o texto.
Mas, vem cá, qual a dificuldade? É só acertar com o sindicato dos trabalhadores um acordo e, pronto.
Mas a Folha, como Bolsonaro-Guedes e agora Milei na Argentina, pregam a "livre negociação" entre patrões e empregados, a desregulamentação total, ou seja, a Lei do Patrão: quem pode mais chora menos. Os trabalhadores que deixem de mimimi.
A medida do governo Lula veio corrigir isso. E irritou a Folha.
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