AMEAÇA À DEMOCRACIA

Bolsonaro na capa da The Economist: quer ser Trump e prepara a grande mentira

Donald Trump, ex-presidente dos EUA, declarou apoio ao presidente, a quem classificou como "homem maravilhoso"

Bolsonaro na capa da The Economist: quer ser Trump e prepara a grande mentira.Créditos: Reprodução
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Sob o título “O homem que quer Trump (The man who would be Trump), a capa da edição desta semana da revista The Economist é dedicada ao presidente Jair Bolsonaro (PL), que é classificado pela publicação como uma versão piorada do Donald Trump e "uma ameaça para a maior democracia do mundo". 

"O sistema de votação eletrônica do Brasil é bem administrado e difícil de adulterar. Mas aqui está o problema: Bolsonaro continua dizendo que as pesquisas estão erradas e que ele está a caminho de vencer. Ele continua insinuando, também, que a eleição pode de alguma forma ser manipulada contra ele. Ele não oferece nenhuma evidência confiável, mas muitos de seus apoiadores acreditam nele. Ele parece estar lançando as bases retóricas para denunciar a fraude eleitoral e negar o veredicto dos eleitores. Os brasileiros temem que ele possa incitar uma insurreição, talvez como a que a América sofreu quando uma multidão de apoiadores de Donald Trump invadiu o Capitólio em 6 de janeiro de 2021 – ou talvez até pior", diz trecho da matéria. 

A revista também trata do clima bélico que marca a eleição 2022 do Brasil e as políticas armamentistas realizadas pelo governo Bolsonaro. "Os seguidores de Bolsonaro estão melhor armados do que nunca: desde que ele tomou escritório e brechas ampliadas no controle de armas, o número de armas em mãos privadas dobrou para 2 milhões. Se o tribunal eleitoral do Brasil anunciar que Lula venceu, bolsonaristas armados podem atacar o tribunal. A questão então é de que lado as forças policiais militares, com quase 400.000 homens ao todo, que deveriam manter a ordem, ficariam. Eles gostam de gatilho e gostam de Bolsonaro, que propôs uma lei de escudo para policiais que matam suspeitos". 

A todo momento a matéria faz uma série de paralelos entre Bolsonaro e Trump, principalmente no que diz respeito a colocar em dúvidas o sistema eleitoral e utilizar as redes sociais para espalhar ódio e fake news. 

"Ele [Bolsonaro] representa uma ameaça tão grande para a maior democracia da América Latina quanto para a maior floresta tropical do mundo. (Em seu turno, o corte e queima da Amazônia foi 70% mais rápido do que antes, porque ele não faz quase nada para detê-lo.) E aconteça o que acontecer, ele e seu movimento não vão desaparecer [...] quando candidatos normais perdem eleições, seus partidos tendem a trocá-los por alguém novo. Quando Trump perdeu, por outro lado, ele disse a seus principais apoiadores que eles haviam sido roubados e transformou essa Grande Mentira em um grito de guerra."

Por fim, a matéria do The Economist indica que o ideal seria Lula (PT) vencer no primeiro turno com uma ampla vantagem. "O melhor resultado seria Bolsonaro perder por uma margem tão ampla que ele não pode alegar plausivelmente ter vencido, seja no primeiro turno em 2 de outubro, ou (mais provavelmente) em um segundo turno em 30 de outubro. Serão algumas semanas tensas e perigosas. Outros países deveriam apoiar publicamente a democracia brasileira, e discretamente deixar claro para os militares brasileiros que qualquer coisa parecida com um golpe faria do Brasil um pária. Os eleitores brasileiros devem resistir à atração de um populista sem vergonha. Eles, e seu país, merecem melhor." 


Donaldo Trump declara apoio a Bolosnaro: “homem maravilhoso” 

O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, declarou apoio à reeleição de Jair Bolsonaro (PL) por meio de um post em sua rede social, a Truth Social. 

"O presidente Bolsonaro ama o Brasil acima de todas as coisas. Ele é um homem maravilhoso e tem meu apoio total e completo", escrevei Trump nesta quinta-feira (8). 

Jair Bolsonaro é um declarado admirador de Donald Trump e, durante a eleição de 2020, quando Joe Biden venceu Trump, o presidente do Brasil declarou publicamente que torcia pela vitória do Republicano.