Em entrevista de mais de uma hora a Anthony Garotinho, no programa Fala, Garotinho, da Rádio Tupi do Rio de Janeiro, na manhã deste sábado (12), Jair Bolsonaro (PL) fez uma dobradinha com o ex-governador do Rio de Janeiro para atacar a Globo.
"Com todo respeito a você, eu acho que fui mais perseguido do que você, Garotinho", disse Bolsonaro, após voltar em dificuldades para renover a concessão da emissora fluminense.
"Não estou perseguindo ninguém, nós apenas faremos cumprir a legislação nessas renovações de concessões. Temos informações que vão ter dificuldades", disse Bolsonaro.
Se vitimizando, Bolsonaro diz que a "perseguição" não começou quando é presidente".
"Desde 2010 eu comecei a sentir o peso da perseguição da Globo. Durante aquele ano da campanha, em 2018, eu era acusado de racista, homofóbico, tudo que se possa imaginar, sem prova nenhuma. Nada. Zero. Tudo era potencializado", disse o presidente afirmando ser um "herói nacional" ao resistir por três anos aos "ataques" da Globo.
O presidente ainda deu a deixa para Garotinho listar reportagens da Globo contra ele quando governava o Rio de Janeiro e, de forma irônica, e falou sobre a delação do ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran, implicando a família Marinho em suposta lavagem de dinheiro.
"Agora, uma curiosidade aqui. Deixa eu falar também, né? Eu quero ver um dia publicado n'O Globo aquela delação do Tacla Duran, onde fala que a família Marinho recebia uma ou duas vezes por mês, durante 20 anos, dólar no estacionamento da sua empresa no Jardim Botânico. A Globo não fala disso ai. Tá na casa de bilhão de reais", disse.
"Essa é a família Marinho. Falam tanto da família Garotinho, da família Bolsonaro, essa é a família Marinho. Se acham que a gente vai se acovardar e não vai tocar nesse assunto… Porque isso aí é uma realidade. Eu não estou inventando nada. Tá lá na delação premiada do Tecla (SIC) Duran", afirmou.
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