A atriz bolsonarista Cássia Kis, após fazer declarações homofóbicas em uma entrevista recente, se tornou alvo de uma denúncia feita ao compliance da Globo por 15 funcionários da emissora, entre artistas e membros da produção, que acusam a colega de trabalho de homofobia e comportamento inadequado. As informações são do site Notícias da TV, do portal UOL, e da revista Veja.
Os funcionários teriam decidido se juntar para acionar a Globo contra a atriz após ela dizer, em entrevista à jornalista Leda Nagle, que “gays querem destruir a família”, entre outras declarações LGBTFóbicas. O objetivo seria colocar a emissora a par de outras condutas consideradas preconceituosas de Cássia Kis nos bastidores de gravação da novel "Travessia" e da série "Desalma".
A reportagem do Notícias da TV informa que "teve acesso a prints de um grupo de WhatsApp criado na última semana" que reúne as denúncias. Os nomes dos denunciantes não foram revelados, mas eles dariam conta de que a atriz teria feito falas homofóbicas também na Globo e ainda praticado assédio eleitoral contra uma camareira.
"A atriz, atualmente no ar em Travessia, tem incomodado não só alguns atores da novela das 9, como também funcionários da produção, como figurinistas e roteiristas, com falas preconceituosas e muitas teorias da conspiração regadas a fake news. Os profissionais estão denunciando Cássia à direção da Globo, que ainda não sabe como pretende se posicionar", afirma, por sua vez, a reportagem da Veja sobre o assunto.
Além das declarações homofóbicas, Cássia Kis se tornou alvo de holofotes nos últimos dias, também, por ter participado de um bloqueio golpista promovido por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) que não aceitam o resultado das eleições.
Denuncia à Justiça
Nesta sexta-feira (4), o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) confirmou que recebeu uma notícia-crime protocolada contra Cássia Kis pelo grupo Arco-Íris, movimento nacional que representa a comunidade LGBTQIAP+, por conta das declarações homofóbicas feitas pela atriz.
A entidade solicita que Justiça condene Cássia Kis a multa equivalente a R$ 250 mil, que seriam destinados à promoção de políticas de enfrentamento à discriminação do público LGBTQIAP+.