Que o presidente Bolsonaro (PL) almeja se tornar um autocrata não é novidade para ninguém, até porque o mandatário já não esconde mais, por exemplo, sua admiração pelo regime da Hungria, hoje uma autocracia comandada pelo fundamentalista Viktor Orbán.
Dessa maneira, o presidente brasileiro, que busca um novo mandato, segue os passos de seus colegas autoritários da extrema direita e busca censurar a imprensa e controlar o judiciário.
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Os passos do autocrata são, 1) O controle do judiciário depende de Bolsonaro conquistar um novo mandato e, a partir daí, articular com o Congresso Nacional medidas que visem aumentar o número de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), assim ele pode indicar mais pessoas alinhas ideologicamente, e promover o impeachment de alguns ministros da Suprema Corte.
2) Com o judiciário sob controle, o próximo passo é impor censura à imprensa e aos comunicadores opositores e esta faceta o presidente acaba de dar uma amostra: Bolsonaro acionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que censure uma série de perfis que vão desde influencers até políticos do campo progressista e de esquerda.
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Na representação encaminhada na noite desta terça-feira (19), todos os perfis que divulgaram o vídeo sobre as meninas da Venezuela, onde Bolsonaro afirma que "pintou o clima" e, posteriormente, insinua que as menores de idade são profissionais do sexo, sejam censurados.
Entre as motivações para a representação está "divulgação de notícia sabidamente falsa". Os perfis notificados são:
Felipe Neto, Rachel Sheherazade, Janja Lula da Silva, Fernando Haddad, Tabata Amaral, André Janones, Márcia Tiburi, Randolfe Rodrigues, Mídia Ninja, Jones Manoel, Thiago Brasil, Bode de Esquerda, Paola Carosella, Marina Silva, Quebrando o Tabu, Maurício Ricardo, Desmentindo Bolsonaro, Marcelo Freixo, Manuela D'Ávila, Guilherme Boulos, Sergio Marone e Tiago Barbosa.
Cabe lembrar que, nesta terça-feira (18) a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) acionou o Ministério Público Federal (MPF) para que investigue suposto crime de prevaricação por parte de Bolsonaro, pois, ao tomar conhecimento da situação de vulnerabilidade social das meninas, deveria ter notificado o MP.
Alguns dos notificados reagiram nas redes diante da tentativa de censura por parte do presidente Bolsonaro.