O The New York Times mudou o padrão de contagem de medalhas dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Ao invés de ordenar, como todos os países, por quem tem mais ouro primeiro, o jornal decidiu somar o número total de medalhas, assim os Estados Unidos ficam na liderança do quadro de medalhas, mesmo tendo menos ouro que a China.
Os norte-americanos somam, até o fechamento desta matéria, 24 medalhas de ouro, 28 de prata e 21 de bronze. Já a China possui 32 de ouro, 21 de prata e 16 de bronze. Confira abaixo:
"Não sei se já recomeçou a guerra fria. Mas sei que já começamos o padrão 'Corações Sujos' do meu amigo Fernando Morais", escreveu Manuela D'Ávila, ex-candidata à vice-presidência da República em 2018 e ex-deputada federal pelo PCdoB.
"New York Times abrindo a discussão de como contar quem está na frente do quadro de medalhas. Os editores admitem que é estranho não seguir o resto do mundo, que ordena por medalhas de ouro. E não, o NYT não mudou por casuísmo. Sempre foi assim", explicou Rodrigo Zeidan, que vive na China e é professor de Finanças e Economia na NYU Shanghai.
Em artigo, o New York Times afirma que "a China ficou no topo do quadro oficial de medalhas olímpicas, que classifica as nações com base no número de medalhas de ouro. É assim que o mundo faz isso, usando prata e bronze apenas para desempatar". E diz ainda "os Estados Unidos lideram porque têm o maior número de medalhas no geral".
"Qual forma de contagem é superior? Nenhuma nem outra. Talvez o método ideal esteja em algum ponto intermediário", admite o NYT.
"Negacionismo olímpico"
Para o jornalista Bernardo Mello Franco, "parece que o New York Times se inspirou no 'placar da vida' para contar as medalhas olímpicas". Ao ser lembrado que o Comitê Olímpico do Brasil fez isso em 2000, quando o Brasil não ganhou nenhum ouro em Sydney, ela afirmou se tratar de um "negacionismo olímpico".
Confira a repercussão: