Alvo de um pedido de investigação do ministro da Justiça, André Mendonça, por artigo em que sugere Jair Bolsonaro cometa suicídio, o jornalista e escritor Ruy Castro voltou à tona em novo artigo na Folha de S.Paulo deste domingo (14), relacionando o presidente ao líder nazista Adolph Hitler e ao rei Herodes que, segundo a Bíblia, teria mandado matar todas as crianças de até 2 anos de idade no território palestino quando Jesus nasceu.
"Uma biografia de Bolsonaro deveria recuar aos seus antepassados, como Hitler, Jack o Estripador, Drácula, Herodes e Belzebu; explorar suas origens em Glicério (SP), burgo de 2.000 habitantes em 1955, onde depositaram o ovo do qual ele nasceu — e chegar à sua infame carreira militar e ascensão política", escreveu.
No texto, Ruy Castro - que já escreveu biografias de Carmem Miranda, do jogador Garrincha e do escritor Nelson Rodrigues - diz que sempre achou "um risco biografar gente viva", mas defende que escritores comecem desde já a escrever sobre a vida do presidente.
"Mas, com Jair Bolsonaro, não se pode mais esperar que ele vá para o diabo que o carregue. É urgente começar a biografá-lo porque, pela velocidade de sua trajetória —não passa um dia sem praticar um crime contra a democracia, a saúde, a educação, a ciência, a cultura, a economia, a ecologia, a diplomacia, a Justiça, os direitos humanos e a vida—, em breve ela não caberá em um volume. E isso apenas desde que assumiu a Presidência".
Castro, no entanto, ressalta que não faz e nem pretende fazer o trabalho. "Há um limite para a náusea, e basta-me ter ânsias de vômito quando o vejo na televisão".