Merval Pereira, da Globo, diz que desprezo de Bolsonaro à Bahia vai eleger Lula no primeiro turno

No Estadão, o ultradireitista William Waack diz que legado de Bolsonaro faz com que Lula seja "o favorito que todos terão de derrotar"

Merval Pereira, Janja e Lula (Foto: Imagem 1 Flickr Instituto Milleniun / Imagem 2 Ricardo Stuckert)Créditos: Instituto Millenium/ Ricardo Stuckert
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Principal porta-voz político da família Marinho, Merval Pereira reafirmou em artigo no jornal O Globo que Lula (PT) deve ser eleito no primeiro turno em 2022.

Em um misto de chateação e desespero, Merval afirma que o desprezo de Jair Bolsonaro (PL) à tragédia que ocorre com a enchente histórica no Sul da Bahia "poderá levar Lula à Presidência logo no primeiro turno".

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"A cada atitude dessas, Bolsonaro une a maior parte dos que votaram nele para se livrar do PT na direção contrária, transformando o antipetismo que o levou ao poder numa reação que poderá levar Lula à Presidência logo no primeiro turno, pois se mostrou durante seu desgoverno uma solução pior que aquela que ele representava quando foi eleito", diz o colunista da Globo, listando ainda outras ocasiões em que Bolsonaro mostrou total falta de sensibilidade, principalmente durante a pandemia.

O jornalista, que preside atualmente a Academia Brasileira de Letras (ABL), diz que "até mesmo por cálculo eleitoral" Bolsonaro deveria se dedicar mais à tragédia na Bahia e lamenta que não haja, além de Lula, "algum candidato que se mostre viável para impedi-lo de permanecer no governo".

"A volta do PT poderá ser facilitada por essa demonstração de que o voto em Bolsonaro fez o país regredir em todos os projetos que estavam colocados além das ideologias, como a política ambiental, a desagregação do sistema de saúde, a desmobilização do já frágil sistema educacional. O maior eleitor de Lula é o fracasso do governo de Bolsonaro", escreve.

Merval ainda cita o "uso político" de Bolsonaro da filha, Laura, de 11 anos, para embasar seu discurso antivax.

"Usar politicamente sua filha de 11 anos para marcar posição contra a vacinação infantil é também demonstração de insensibilidade diante da coletividade. Bolsonaro não entende que há ações governamentais que precisam ser tomadas em benefício do coletivo, especialmente quando se trata de uma crise sanitária".

William Wack cita "esperança" ao dizer que Lula é favorito

No Estadão, o ultradireitista William Waack diz que "o pior governo da história recente criou involuntariamente alguma esperança" e admite que Lula é o favorito para vencer as eleições presidenciais em 2022.

"Outro legado significativo de Bolsonaro para 2022 é ter ajudado decisivamente a recuperar as chances eleitorais do lulopetismo. Como Lula vai trabalhar esse ganho é outra história, mas é ele o favorito que todos terão de derrotar", diz Waack.

Do alto de sua arrogância, o colunista do Estadão e apresentador da CNN ainda diz que o "fracasso bolsonarista" fez com que ganhasse corpo "a ideia de que mesmo forças políticas antagônicas têm condições de pensar um país para além do destino de indivíduos como Bolsonaro e Lula".

"Há um eixo de debate democrático capaz de unir e pacificar contrários, centrado em como nos fazer sair da pobreza, da desigualdade, da injustiça e da ignorância", diz Waack, que foi demitido da Globo após declarações racistas.

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