"Auxílio emergencial impulsiona venda de carros no Norte e no Nordeste". O título de uma reportagem da Folha de S.Paulo deste sábado (12) ganhou as redes sociais e foi classificado como "deboche" pela orientadora financeira e administradora Nath Finanças, que cria conteúdo sobre educação financeira para baixa renda.
"A folha só pode tá de deboche com a nossa cara. Não é possível", afirmou em tuite. "Que título merda, irmão… Sem noção", emendou.
A reportagem diz que o auxílio-emergencial entre R$ 300 e R$ 600 "liberado devido à pandemia de Covid-19 fez diferença nas vendas de carros, motos e caminhões" e atribui à renda, que representa entre 1% e 2% de um Fiat Mobi, por exemplo, um dos carros zero mais baratos do mercado.
"No Pará —estado em que 64,5% das residências receberam o auxílio de R$ 600 em agosto, segundo o IBGE—, as vendas de veículos leves registraram alta de 33,8% na comparação entre os meses de novembro de 2020 e de 2019. No acumulado do ano, há queda de 8% em relação a igual período de 2019. O estado da região Norte é, percentualmente, o terceiro mais beneficiado pela renda emergencial no país", diz a reportagem, citando o acumulado do ano no estado, que é maior que a média nacional, de 7,2%.
A administradora ainda compartilhou um comentário de um seguidor que diz que a reportagem "só alimenta o discurso de quem acredita que o Nordeste é sustentado pelo dinheiro do Rio-SP e que as pessoas fazem filhos para viver de Bolsa Família".
"Pessoas que não viveriam um dia com o valor do Bolsa Família ou uma semana com o Auxílio Emergencial. O título engaja essa base", diz o comentário do perfil @capacordecobre.