O The Intercept publicou um nota nesta quinta-feira (29) rebatendo as alegações de que teria censurado o jornalista Glenn Greenwald, um dos fundadores do veículo. Glenn anunciou demissão nesta tarde.
"Temos o maior respeito pelo jornalista que Glenn Greenwald costumava ser e continuamos orgulhosos de muito do trabalho que realizamos com ele nos últimos seis anos. Foi Glenn quem se desviou de suas raízes jornalísticas originais, não The Intercept", diz trecho da nota divulgada pelo veículo.
Segundo o comunicado, "Glenn exige o direito absoluto de determinar o que vai publicar" e "acredita que qualquer pessoa que discorde dele é corrupta e qualquer pessoa que pretenda editar suas palavras é um censor".
O Intercept argumenta que o artigo de Glenn está "repleto de distorções e imprecisões" com o objetivo de "fazê-lo parecer uma vítima, em vez de uma pessoa adulta fazendo birra". "Nosso objetivo ao editar seu trabalho era garantir que fosse preciso e justo. Enquanto nos acusa de preconceito político, era ele quem tentava reciclar as afirmações duvidosas de uma campanha política - a campanha Trump - e lavá-las como jornalismo", afirma.
O anúncio da demissão de Glenn veio junto a uma dura crítica sobre uma suposta censura que estaria sendo promovida pelo veículo para blindar Joe Biden, o candidato do Partido Democrata à presidência dos EUA. “A causa final e precipitante é que os editores do Intercept censuraram um artigo que escrevi esta semana, recusando-se a publicá-lo a menos que eu remova todas as seções críticas a Joe Biden, o candidato veementemente apoiado por todos os editores do Intercept envolvidos neste esforço de supressão”, afirmou.
A jornalista e ativista Naomi Klein, correspondente do Intercept, saiu em defesa do veículo. "Sou grato a Glenn por ajudar a fundar um meio de comunicação tão importante.#TheIntercept é dirigido por editores que nos dão liberdade excepcional para escrever e falar, ao mesmo tempo que nos dizem quando estamos perdendo o enredo. É uma honra trabalhar com eles. Torne-se um membro hoje", tuitou.
"Glenn não foi 'censurado' - ele foi editado e bem editado. A choro de censura é uma jogada de marketing para angariar assinantes para seu novo Substack. As pessoas realmente vão cair nessa?", completou.