A jornalista Simone Santos, da TV Tribuna de Pernambuco - afiliada da Band -, foi surpreendida na última quarta-feira (30) por um funcionário da Caixa Econômica Federal que tentou interromper uma entrevista que ela realizava na porta de uma agência do banco estatal no Recife. Ao vivo, a repórter questionava pessoas que aguardavam atendimento para receber o auxílio emergencial.
"Isso aqui é uma humilhação. Desde 6h da manhã que a gente está aqui. Calor, fome, sede. A maior parte desse povo que está aqui é por falta de funcionamento do Caixa Tem. Eu particularmente só consegui receber uma parcela desse Caixa Tem e daí por diante a gente não conseguiu receber mais nada", dizia uma mulher no momento em que um homem que saiu de dentro da agência e tentou intimidar a jornalista para expulsá-la do local.
"Eu estou em uma área externa, estou em um banco estatal, então eu posso fazer uma reportagem aqui. Vamos continuar aqui...", diz Santos antes de ser interrompida pelo sujeito, que entra na frente da câmera da emissora.
O homem ainda tentou acusar a jornalista de agressão, que logo respondeu: "Agressão quem fez foi você, que me empurrou pelas costas". "Eu estou em uma agência da Caixa, é um banco estatal, eu não estou na agência. E eu, como jornalista e como cidadã poderia entrar", completou.
Após a resposta, o homem desistiu de tentar impedir as entrevistas. As pessoas na fila vibravam com a resposta da repórter. Como mostrou o telejornal, a fila só começou a andar quando a equipe de TV chegou ao local.
Nas redes sociais, Santos compartilhou a cena e disse o seguinte: "AGRESSÃO, NÃO!!! Eu, como jornalista, e como cidadã, se quisesse, entraria SIM na agência da Caixa de Casa Amarela, no Recife. [...] EU SOU JORNALISTA, dar voz a quem não tem voz, sempre!!!".
A cena lembrou o episódio da milícia dos Guardiões do Crivella, grupo formado por assessores do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, que interrompiam entrevistas da TV Globo na porta de hospitais para impedir a veiculação de críticas contra o bispo.