Glenn Greenwald desmente comentarista da Jovem Pan: “Como pode ser tolerado?”

“Ele alegou que ‘depois’ o MPF descobriu novas conversas. Uma mentira total: a PF analisou exatamente o mesmo áudio que o MPF citou”, disse Glenn

Glenn Greenwald - Foto: Reprodução/TVT
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O diretor do The Intercept Brasil, Glenn Greenwald, desmentiu o comentarista José Maria Trindade, da rádio Jovem Pan, nesta terça-feira (28), pelo Twitter. O jornalista afirmou que o Ministério Público Federal (MPF) teria descoberto novas conversas. “Uma mentira total: a PF analisou exatamente o mesmo áudio que o MPF citou. Como pode ser tolerado?”, disse Glenn. Indignado, Glenn ainda pergunta ao final de seu post: “Como pode ser tolerado?” “É chocante, mesmo pra Jovem Pan, ver alguém mentir tão descaradamente: Ele mencionou que a PF concluiu que não cometi crimes, mas ele alegou que “depois” o MPF descobriu novas conversas. Uma mentira total: a PF analisou exatamente o mesmo áudio que o MPF citou. Como pode ser tolerado?” A denúncia  O procurador Wellington Oliveira denunciou Glenn Greenwald, na Operação Spoofing, por 176 invasões de dispositivo informático e associação criminosa. Segundo o MPF, o jornalista auxiliou e orientou hackers durante o período das invasões. As mensagens de autoridades vazadas serviram de base para a série de reportagens Vaza Jato. O editor do Intercept, no entanto, sequer foi alvo de investigação da Polícia Federal que, ao analisar as mesmas mensagens que basearam a denúncia do MP, inocentou Glenn. “Não é possível identificar a participação moral e material do jornalista Glenn Greenwald nos crimes investigados”, disse a PF em relatório. Repercussão Pelas redes sociais, diversas figuras da cena política criticaram a atuação do MP no episódio. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), saiu em defesa de Glenn e disse que “jornalismo não é crime”. Os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff também criticaram Oliveira e disseram que houve um atentado contra a liberdade de imprensa. Posição do The Intercept Em nota publicada nesta tarde, o The Intercept considerou que o MP adotou um papel “claramente político” e denunciou uma tentativa de cerceamento de liberdade de expressão. “Nós do Intercept vemos nessa ação uma tentativa de criminalizar não somente o nosso trabalho, mas de todo o jornalismo brasileiro. Não existe democracia sem jornalismo crítico e livre. A sociedade brasileira não pode aceitar abusos de poder como esse”, disse o veículo.