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A Polícia Militar de São Paulo tentou impedir que profissionais de comunicação reportassem as agressões e os abusos dos agentes do Estado durante ato promovido pelo Movimento Passe Livre (MPL), na quinta-feira (9). Jornalistas foram revistados e um fotógrafo foi agredido.
Reportagem da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) relata que policiais promoveram agressões físicas, detenções e revistas, corporal e de suas mochilas, em busca de “ilícitos”, contra profissionais de comunicação que buscavam cobrir a manifestação. O repórter Arthur Stabile, da Ponte Jornalismo, e o repórter fotográfico Lucas Martins, dos Jornalistas Livres, passaram por uma longa revista, que envolveu até checagem de antecedentes criminais.
“Foi um cerceamento de um trabalho de imprensa”, disse Stabile.
O fotojornalista Daniel Teixeira, que trabalha para O Globo e Estado de S. Paulo, ainda foi golpeado nas costas por cassetetes mesmo com as câmeras nas mãos e com a identificação de jornalista. Um outro fotógrafo também levou um bomba de gás nas costas.
“Eu estava de costas fotografando quando senti a pancada. Eu não sabia o que tinha me atingido até que um colega me contou que viu um policial me dar um golpe com o cassetete. Como tudo aconteceu muito rápido, do início do confronto até a dispersão, eu sequer olhei para trás pra saber o que tinha me acertado, eu estava muito concentrado no que estava acontecendo”, disse Teixeira.
O Sindicato de Jornalistas de São Paulo e a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) exigiram do governo do Estado, comandando por João Doria (PSDB), "o respeito da PM ao exercício profissional dos jornalistas, que têm se tornado alvos de tratamento hostil".
Antifascista
A Polícia Militar também impediu que uma bandeira antifascista fosse estendida por manifestantes. De acordo com a Ponte Jornalismo, um policial ameaçou prender um manifestante por conta da faixa: “Se pegar a bandeira vai pro DP”.