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Em torcida aberta pela venda das empresas estatais brasileiras, o jornal O Globo escalou "especialistas" para elogiar a medida anunciada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
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A reportagem "Venda de estatais vai melhorar eficiência e ajudar contas públicas, dizem analistas" ganhou o principal destaque no site do jornal da família Marinho na manhã desta quinta-feira (22). Mas, logo depois de ser a manchete, o título original foi alterado com um "mas", para demonstrar "imparcialidade": "Venda de estatais vai melhorar eficiência, mas modelo jurídico é desafio, dizem analistas", amenizou O Globo.
A reportagem, assinada por Bruno Rosa e Ana Paula Ribeiro, ouve "especialistas" ligados ao sistema financeiro - principal beneficiário da política de Guedes - para dizer que "a privatização dos Correios e de outras 16 estatais deve melhorar a eficiência, contribuir para reduzir o tamanho do Estado e ajudar as contas públicas".
"É uma notícia positiva para investidores e para o ajuste fiscal. É uma notícia de execução no médio e longo prazo", disse Jorge Simão, superintendente de distribuição do banco Haitong.
O texto diz ainda do interesse de "estrangeiros" - subetenda-se empresas transnacionais - na política privatista, citando fonte anônima de uma "empresa de consultoria".
"Muitos investidores já estavam esperando essa venda de ativos do governo, que era uma promessa do ministro da Economia, Paulo Guedes. Aqui na consultoria estamos recebendo, em média, de três a quatro empresas do exterior por semana. Todos estão buscando boas empresas com contratos públicos, pois isso acaba servindo de garantia e remuneração para a compra", diz o "consultor".
Globo e Bolsonaro
A pauta econômica, que tem as privatizações e as reformas liberais no foco, são o único ponto que ainda liga as organizações da família Marinho ao governo Bolsonaro.
Avessa à guerra cultural e a pauta de "costumes", a Globo ainda tem em Paulo Guedes seu fiel escudeiro para entregar ao sistema financeiro internacional - que financia a Globo e elegeu Bolsonaro - as promessas de liberalização econômica e submissão aos interesses externos.