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Nesta terça-feira (2) o ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro, Sérgio Moro, ficou mais de seis horas e meia dando explicações para parlamentares na Câmara dos Deputados devido a sua suposta imparcialidade que vem sendo mostrada há quase um mês em matérias do site The Intercept Brasil. Diante de tal acontecimento o principal programa informativo da TV Globo não deu a atenção devida ao caso, que é destaque nos mais importantes veículos de notícias do país.
Na escalada, como é chamado no telejornalismo a apresentação dos destaques do jornal, a reportagem sobre Sérgio Moro ficou de fora. Ela só foi a quarta matéria a ser exibida na edição desta noite. Antes disso o JN deu mais atenção para a apresentação do texto da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara e as condições da França para questões ambientais brasileiras para que o acordo com o Mercosul seja firmado.
A reportagem sobre as declarações de Moro na Câmara foi aberta com um longo espaço para as explicações do juiz, que voltou a repetir insistentemente que seu telefone teria sido hackeado de forma ilegal. Assim, boa parte da matéria seguiu por essa narrativa. A reportagem destacou que o ex-juiz federal foi mais pressionado nesta terça do que no dia em que esteve no Senado.
A matéria foi encerrada com as falas do deputado petista Hélder Salomão, cobrando Moro por sua parcialidade e interferência nas investigações da Lava Jato, e da deputada do PSL, Bia Kicis, que afirmou que o teor da conversa revelada pelo The Intercept Brasil entre o juiz e os procuradores é normal no meio jurídico.