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Em meio a uma das maiores crises do mercado editorial, a Companhia das Letras lança, no final de fevereiro, uma edição de luxo de “Grande Sertão: Veredas”. A obra-prima de Guimarães Rosa terá tiragem especial limitada a 63 exemplares numerados e vai custar R$ 1.190.
Os exemplares da edição de luxo terão capas feitas por bordadeiras de São Paulo e Minas Gerais, feitas uma a uma e inspiradas em um manto do Bispo do Rosário. O desenho, criação de Alceu Chiesorin Nunes, traz os nomes de diversos personagens do romance.
Já para o pobre mortal, que não tem condições de bancar e edição de luxo, a Companhia das Letras já colocou em pré-venda nos sites da Amazon, Saraiva e Cultura uma edição "mais simples", mas que, mesmo assim, terá um preço um tanto mais alto do que a média dos livros no Brasil. A edição “modesta” vem com a mesma capa especial da outra, com uma tira vermelha de pano. O valor é R$ 84,90.
As duas edições, de acordo com a editora, contam com novo estabelecimento de texto, cronologia ilustrada, indicações de leituras e célebres textos publicados sobre o romance, incluindo um breve recorte da correspondência entre Clarice Lispector e Fernando Sabino e escritos de Roberto Schwarz, Walnice Nogueira Galvão, Benedito Nunes, Davi Arrigucci Jr. e Silviano Santiago.
O projeto gráfico conta ainda com desenhos originais de Poty Lazzarotto, que ilustrou as primeiras edições do livro. A Companhia das Letras ainda criou um site dedicado a “Grande sertão: veredas”. O endereço é www.companhiadasletras.com.br/gsv
Crise no mercado
De acordo com o jornalista, escritor, editor, tradutor, crítico de cinema e literatura, Luciano Trigo, o ano de 2018 chegou ao fim com o mercado editorial e livreiro do Brasil vivendo uma das maiores crises de sua história.
“Consideradas gigantes do setor, as redes de livrarias Cultura e Saraiva – responsáveis pela venda no varejo de 40% dos livros no país – entraram em processo de recuperação judicial, fechando lojas em dezenas de cidades, demitindo em massa e dando um calote de mais de R$ 300 milhões nas editoras”, afirma em artigo o jornalista.
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