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Jim Acosta, jornalista da rede de TV CNN, dos Estados Unidos, teve sua credencial de acesso à Casa Branca suspensa após ser confrontado pelo presidente Donald Trump em entrevista nesta quarta-feira (7).
"O presidente Trump acredita na liberdade de imprensa e espera que façam perguntas difíceis a ele e a seu governo. No entanto, nunca vamos tolerar um jornalista que ponha as mãos em cima de uma mulher jovem que simplesmente tenta fazer seu trabalho como estagiária na Casa Branca", declarou em um comunicado a porta-voz da Presidência, Sarah Sanders, com relação ao momento em que Acosta se recusou a devolver o microfone à funcionária do governo.
Pelo Twitter, o jornalista compartilhou a publicação de Sarah Sanders com uma pequena frase: "This is a lie" (é uma mentira). Acosta também divulgou um vídeo em que é barrado por um segurança da Casa Branca. "O serviço secreto dos EUA apenas pediu a minha credencial para entrar na Casa Branca. Como disse ao oficial, não o culpo. Eu sei que ele só está fazendo o seu trabalho", tuitou.This is a lie. https://t.co/FastFfWych
— Jim Acosta (@Acosta) 8 de novembro de 2018
A Associação de Correspondentes da Casa Branca considerou inaceitável a medida tomada pelo Executivo americano. "A Associação de Correspondentes da Casa Branca se opõe fortemente à decisão da administração Trump de usar credenciais de segurança do serviço secreto dos Estados Unidos como uma ferramenta para punir um repórter com quem tem um relacionamento difícil", reagiu o grupo em um comunicado. "Exortamos a Casa Branca a reverter imediatamente esta ação frágil e equivocada", acrescentou. A CNN considerou que "os ataques do presidente à imprensa foram longe demais". "Não são apenas perigosos, são preocupantemente antiamericanos", afirmou a emissora, que expressou seu apoio a Acosta e a "jornalistas de todos os lados". Entenda o caso Trump reagiu a uma pergunta da CNN sobre o tema da caravana de migrantes que avança para a fronteira dos EUA, originária da América Central. Quando Acosta perguntou ao presidente se ele havia "demonizado os migrantes" durante a campanha para as eleições, Trump respondeu: "Não, quero que entrem no país. Mas têm que entrar legalmente". Acosta insistiu: "Estão a centenas de milhas de distância. Isso não é uma invasão", disse, usando a palavra com qual que Trump havia definido o fluxo de migrantes. Trump reagiu de modo contundente. "Honestamente, acho que você deveria me deixar dirigir o país. Você dirige a CNN, e se fizesse isso bem, sua audiência seria mais alta", disse Trump. Irritado com Acosta, disse: "Já chega, abaixe o microfone", e se afastou do púlpito. O jornalista da CNN se recusou a cumprir a ordem de entregar o microfone e se sentar, e continuou fazendo perguntas. "A CNN deveria se envergonhar de ter você trabalhando para eles, você é grosseiro e uma pessoa horrível", disse o presidente. Antes da pergunta seguinte, o jornalista da NBC Peter Alexander defendeu Acosta dizendo que era um "repórter perseverante", e que isso despertou a ira de Trump. "Tampouco sou seu fã. Para ser honesto, você não é o melhor", disse o presidente a Alexander. Trump voltou a se dirigir a Acosta. "Quando você informa fake news, o que a CNN faz muito, você é inimigo do povo", afirmou. Assista ao vídeo da discussão feita pela rede ABC News.The US Secret Service just asked for my credential to enter the WH. As I told the officer, I don’t blame him. I know he’s just doing his job. (Sorry this video is not rightside up) pic.twitter.com/juQeuj3B9R
— Jim Acosta (@Acosta) 8 de novembro de 2018