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“A desculpa de que fomos criados assim não deve mais ser usada”, afirmou Ana Dubeux.
Da Redação
Na última segunda-feira (11), o jornal Correio Braziliense publicou uma crônica de cunho machista que causou uma grande revolta nas redes sociais. No texto publicado, tanto na versão impressa quanto digital, o autor escancara um ambiente hostil as mulheres, com muitas menções a cultura do estupro, romantizando um tipo de abuso comum sem qualquer tipo de ponderação do machismo ali retratado.
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Logo após a repercussão negativa, o próprio jornal retirou o texto do ar. Na noite de terça-feira (12), o veículo se pronunciou de maneira oficial sobre o caso. Em texto divulgado em sua página oficial no Facebook, quem assume a responsabilidade é a editora chefe do Correio, Ana Dubeux. Classificou o texto como “um conteúdo, que, como muitos notaram, está fora do alinhamento com nossa missão, do que acreditamos ser nosso papel na sociedade, junto aos nossos leitores”.
Disse que, antes de ser publicado, o texto foi ligo por, pelo menos, dois profissionais do jornal, mas “deles atentou para a gravidade do conteúdo”. Segundo Ana Dubeux, isso serve de alerta para “a naturalização do machismo” na sociedade. “São situações, comentários, frases soltas que consideramos 'normais', 'naturais', mas que crescem no terreno do preconceito... do machismo”, apontou.
Lembrou que há cerca de um mês, ela mesma escreveu um texto criticando Silvio Santos em sua postura sobre a apresentadora Fernanda Lima. A editora se surpreendeu com o número de críticas. “O fim da cultura machista não é uma bobagem, nem é irrelevante. É necessário! É uma mudança que precisa acontecer em todos os lugares”, destacou.
Por fim, Ana Dubeux disse que “a desculpa de que fomos criados assim não deve mais ser usada”, e assumiu responsabilidade de conduzir essa mudança no jornal. Se comprometeu a promover “políticas de conduta, rodas de discussões e um ambiente de aprendizado coletivo”.
“Peço desculpas a todas as mulheres, leitoras, funcionárias, ex-funcionárias e também aos homens que sentiram incomodados durante a leitura. Esse inaceitável acontecimento será um marco para uma mudança ainda mais profunda", finalizou.
Leia a nota na íntegra:
Imagens: Reprodução/Internet