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Ricardo Noblat, do jornal O Globo, disse que "jornalista que publica informações vazadas não comete crime". Ja Reinaldo Azevedo, da Veja, afirmou que "estamos diante de uma clara agressão"
Por Redação
Em campos ideológicos completamente opostos ao de Eduardo Guimarães, blogueiro que foi conduzido coercitivamente pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (21), jornalistas como Reinaldo Azevedo, da Veja, e Ricardo Noblat, do jornal O Globo, teceram críticas à conduta do juiz Sérgio Moro, que determinou a condução.
De acordo com Reinaldo Azevedo, que por inúmeras vezes já criticou Guimarães e outros blogueiros que estão mais aliados ao campo da esquerda, se o objetivo da condução do blogueiro foi para se apurar o nome da fonte que havia o antecipado fatos da Lava Jato, "se trata de uma flagrante agressão à Constituição".
"Não posso conceber que um blogueiro, pouco importa a sua ideologia, seja levado a depor de forma coercitiva por ter antecipado a ação que haveria contra Lula quando sabemos que procuradores da República convocam entrevistas coletivas em off para fazer nomes de uma lista de eventuais futuros investigados, que nem ainda havia chegado a seu destinatário: nada menos do que o ministro do Supremo que é o relator do caso em questão", escreveu em seu blog.
Azevedo disse ainda que se aceita que se cometa uma arbitrariedade contra quem não gosta, "ponho, é inevitável, uma corda no meu próprio pescoço".
Ricardo Noblat, que também não compactua com a linha editorial do Blog da Cidadania de Guimarães, também não poupou críticas a Moro.
Segundo ele, Moro "deve melhores explicações a respeito". No Twitter, ele afirmou que jornalista que publica informações vindas de vazamento não comete crime. "Ninguém mais do que a PF vaza informações q lhe interessam", escreveu.
A um seguidor que o questionou por Guimarães não ser jornalista profissional, Noblat respondeu: "Nada na lei proíbe um blogueiro de ser político e não jornalista".