Em pleno 2017, jornal de publicidade publica "crônica" sobre assédio em agência como se fosse conto erótico

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"Nunca tive coragem. Pressentia que poderia ser mal interpretado. Aliás, com toda a razão, já que eu estava mesmo mal-intencionado. Queria sexo", diz trecho do artigo publicado no jornal Propmark que relata a conduta abusiva de um chefe de uma agência de publicidade com sua estagiária. Depois de ser desancado por internautas, jornal justificou a publicação como "liberdade de expressão" Por Redação Mesmo diante de todos os dados de assédio em agências de publicidade, o jornal do ramo, Propmark, publicou nesta semana uma crônica, intitulada "Assédio", que narra a conduta abusiva de um chefe de uma agência com sua estagiária em um tom totalmente romantizado. No texto, não há nenhuma ponderação quanto ao assédio. Pelo contrário, parece mais um conto erótico. "Você levantava para buscar café? Automáticos, meu olhos acompanhavam o balanço dos seus quadris, impulsionados pelas pernas roliças que escapavam nos limites desse vestidinho poroso e me deixavam assim, meio zonzo. Quando você voltava, era acima da cintura que meu olhar se embevecia, perdido no balançar suave dos seus seios", diz um trecho do texto. O autor, Stalimir Vieira, ainda confessa na crônica que sabia que a conduta de seu personagem seria reprovada. "Nunca tive coragem. Pressentia que poderia ser mal interpretado. Aliás, com toda a razão, já que eu estava mesmo mal-intencionado. Queria sexo", escreveu. O texto ainda acaba com a estagiária sendo promovida. Como já era de se esperar, internautas desancaram o jornal pela publicação da "crônica" que romantiza o assédio. Com a repercussão nas redes, o Propmark divulgou nesta quarta-feira (6) uma nota de esclarecimento em que justifica a publicação do texto sob o argumento da "liberdade de expressão". "Tendo em vista diversos comentários nas redes sociais com críticas ao artigo do nosso colaborador Stalimir Vieira, publicado na edição impressa do PROPMARK de nº 2674 e replicado na nossa versão online, sob o título "Assédio", temos a declarar que o autor usou do seu direito universal de liberdade de expressão", diz a nota. Confira, abaixo, parte da repercussão nas redes sociais com relação ao texto.
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