O jornalismo morreu ou frases e cenas pra gente esquecer

A jornalista e coordenadora do coletivo Intervozes Bia Barbosa analisa a parcialidade da imprensa; atos a favor da democracia e da legalidade realizados em todo o país simplesmente desaparecem do noticiário Por Bia Barbosa, de seu Faceboook* William Waack, no Jornal da Globo: "A sede do Executivo foi transformada de novo num comício para militantes", em referência à cerimônia de lançamento de uma nova etapa do programa Minha Casa Minha Vida. É de uma cara de pau sem tamanho. E virou moda. Todas as vezes que Dilma, dentro do Palácio, critica o processo de impeachment e diz que está sofrendo um golpe, a Vênus Platinada diz que é comício. Eu acompanhei nesta quarta o "depoimento" dos autores do pedido de impeachment na Comissão Especial da Câmara. Miguel Reale Jr e Janaína Paschoal só faltaram subir na tribuna, tamanho o comício em que transformaram a comissão. Uma jornalista de uma agência internacional se retirou do plenário porque não aguentou tamanho circo e hipocrisia. Alguém ouviu a Globo dizer que "a Comissão Especial foi transformada em comício para deputados" (apesar de mostrar claramente essas imagens na TV)? 2. O jornalismo não viu (ou "a gente só mostra o que interessa") Foram várias hoje: a) O ato pela democracia e a legalidade na Faculdade de Direito da UERJ, do qual participou o professor Ricardo Lodi Ribeiro, que estará na Comissão Especial nesta quinta explicando por que as pedaladas não são argumento para o impedimento. b) O ato interreligioso, que reuniu lideranças de 12 credos diferentes, em defesa da democracia e pela paz - e que aconteceu no mesmo corredor da comissão do impeachment da Câmara, ali do lado, e não mereceu a atenção dos jornalistas da imprensa tradicional. c) Os torcedores do Vasco e do Flamengo unidos em defesa da democracia, no jogo no Mané Garrincha, em Brasília. 3. O jornalismo resiste (ou "a boa reportagem do dia") BBC Brasil - Artista holandês acusa Fiesp de plagiar pato amarelo * Bia Barbosa é jornalista, especialista em direitos humanos e integrante da coordenação do Intervozes Colaborou Isabela Vieira