Heródoto Barbeiro afirma que sua saída do Roda Viva, em 2010, teve relação com perguntas sobre os pedágios paulistas feitas ao então candidato à presidência pelo PSDB, José Serra
Da Redação
Na madrugada do dia 18 de dezembro de 2012, o jornalista Heródoto Barbeiro foi um dos entrevistados do programa Roberto Justus +, exibido pela TV Record. Atualmente trabalhando como âncora do Jornal da Record News, Barbeiro foi questionado sobre a sua demissão do cargo de apresentador do Roda Viva, programa de entrevistas exibido pela TV Cultura, e a sua posterior saída da emissora paulista.
O apresentador e empresário Roberto Justus, durante o quadro Pergunta +, questionou se a saída de Barbeiro do Roda Viva teve ligação com o episódio em que o então candidato à presidência da república pelo PSDB, José Serra, discutiu com o jornalista ao ser questionado sobre os altos preços dos pedágios paulistas. Barbeiro deixou claro que a sua saída da TV Cultura teve ligação com a discussão com Serra e afirmou que após o episódio não se sentia mais à vontade para trabalhar na emissora.
“De certa forma um fato está ligado ao outro. Foi uma discussão um pouco ríspida com o candidato do PSDB. Nada pessoal contra ele, foi apenas uma questão de opinião. Mas isso não repercutiu muito bem na TV Cultura, que tem uma ligação muito forte com o governo do Estado, obviamente. Então, eu senti que eu não estava tão à vontade para trabalhar lá como estava antes”, disse Barbeiro.
Dias antes da demissão de Heródoto Barbeiro, o então novo diretor de jornalismo da TV Cultura, Gabriel Priolli, foi demitido por ter sugerido e produzido uma reportagem sobre os pedágios paulistas, vetada pelo vice-presidente de conteúdo da emissora, Fernando Vieira de Mello. Priolli não ficou nem uma semana na direção de jornalismo da TV Cultura.
Na época, a emissora declarou que Priolli foi demitido porque não exercia oficialmente o cargo de diretor de jornalismo, e que apenas colaborava informalmente na área. Já a saída de Barbeiro da apresentação do Roda Viva foi justificada pela emissora com a contratação de Marília Gabriela para o mesmo cargo.
A TV Cultura é controlada pela Fundação Padre Anchieta, que por sua vez é mantida pelo governo paulista. O PSDB governa o estado de São Paulo desde 1995. (Foto de capa: murilocardoso/Flickr)