Um lago doce dentro de um vulcão.
Essa formação inusitada ocorre na Caldeira Taal, uma cratera formada há cerca de 500 mil anos por grandes erupções nas Filipinas.
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Mas, além de um lago doce, a formação continua a ser um vulcão. Mais: um dos vulcões mais ativos das Filipinas, com 33 erupções registradas, a última das mais intensas registrada em 1965.
Vulcões são perigosos, mas o Taal tem um aspecto muito original: ele guarda uma ilha dentro de uma ilha, formada no lago surgido dentro de um vulcão, que está, por sua vez, dentro de outra ilha. Soou confuso? E é.
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A ilha dentro do lago, Ilha Vulcão (Volcano Island), está situada na parte mais ativa do Vulcão Taal, e é isolada pelo lago surgido na cratera vulcânica, o Lago Taal.
Já a Vulcan Point é uma ilhota rochosa localizada dentro de um pequeno lago: o Crater Lake, que está situado na Ilha Vulcão (Volcano Island), também formada a partir das atividades vulcânicas da região.
E essa estrutura geológica está localizada, ainda, numa porção de ilha maior, que a abriga no meio do Mar Filipino: a Ilha de Lução (ou Luzon, em inglês), no extremo norte das Filipinas e a mais populosa do país, conhecida por seus recifes de corais deslumbrantes e monumentos coloniais espanhóis.
Créditos: Wikipedia
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O Lago Taal, uma formação geológica complexa surgida a partir de um estratovulcão (um vulcão de formato cônico e íngreme, constituído por camadas de lava endurecida que se juntaram ali após múltiplas erupções explosivas ao longo dos anos), fica na grande província de Batangas, localizada na parte sul da ilha de Lução, na região de Calabarzon. Batangas, suscetível às erupções do Taal, é um lugar superpovoado, com mais de dois milhões de habitantes.
Já a ilha de Lução, que abriga o vulcão e a ilha dentro dele, é parte de uma caldeira de vulcões a 50 km da capital do país, Manila. O território, nomeado por navegadores portugueses que exploravam o Sudeste Asiático, foi lugar da descoberta, em 2007, de uma nova espécie de hominídeo: o Homo luzonensis foi identificado a partir de restos fossilizados na Caverna de Callao.
Os vulcões de Lução, que se dão ao longo de todo o oeste da ilha, são produto dos movimentos de subducção (processo de convergência de uma placa sob outra) de longo prazo da Placa Euro-Asiática, localizada sob as Filipinas.
A caldeira que abriga o lago Taal tem cerca de 30 km de extensão.
É então que a história se torna um pouco mais complexa e inusitada: acontece que uma outra ilha nasceu dentro da caldeira que envolve o lago Taal: a Ilha Vulcão, disposta sobre uma área de cratera com 23 km² de extensão.
De forma simplificada: o Lago Taal, situado na ilha de Luzon, abriga a Ilha Vulcão, formada por crateras que compõem o vulcão ativo Taal. No interior da Ilha Vulcão, uma cratera com um lago dentro, chamado Crater Lake, abriga uma outra ilhota: a Vulcan Point.
Créditos: Wikimedia commons
Mais uma vez: uma ilhota (Vulcan Point) está dentro de um lago (Crater Lake), que foi formado dentro da Ilha Vulcão; essa, a Ilha Vulcão, faz parte do Lago Taal (o lago formado numa cratera vulcânica maior), que, por sua vez, faz parte da Ilha Luzon, nas Filipinas.
É um exemplo de ‘geografia aninhada’, e uma das poucas ocorrências geológicas dessa espécie no mundo.
O Vulcão Taal esteve dormente desde 1977, de acordo com registros do governo local; mas seus sinais de atividade não cessaram durante esse período, e fortes atividades sísmicas foram registradas na região em 1991.
Em 2020, finalmente, ele entrou em atividade de novo, depois de mais de 43 anos. Sua temperatura aumentou vários graus acima do normal, e enxames sísmicos se desenvolveram durante duas horas.
Foram ouvidos estrondos no seu entorno, e os habitantes da Ilha do Vulcão foram conduzidos pelas autoridades locais à evacuação. Relâmpagos vulcânicos se seguiram às cinzas úmidas que eram expelidas da estrutura.