Guerra nuclear ou crise climática? Especialista responde qual o maior risco da humanidade

Explosões, incêndios e inverno atômico poderiam causar extinção em massa, alerta escritor britânico

Imagem Ilustrativa.Créditos: RTVE/Reprodução
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O colapso climático é visto como o principal risco global, mas, para o escritor britânico Mark Lynas, há uma ameaça ainda mais urgente: a guerra nuclear. Segundo ele, um conflito atômico em grande escala poderia extinguir a maior parte da vida na Terra em questão de horas.

Cerca de 4 mil armas nucleares estão prontas para uso imediato no hemisfério norte. Um ataque inicial mataria até 700 milhões de pessoas com explosões e incêndios. A fuligem gerada subiria à estratosfera, bloquearia a luz solar e mergulharia o planeta num “inverno nuclear” de anos, sem colheitas ou possibilidade de sobrevivência.

Lynas, conhecido por sua atuação em defesa do clima, passou três anos pesquisando o tema para seu novo livro. Ele afirma que modelos usados para estudar a mudança climática agora ajudam a entender os efeitos ambientais de uma guerra nuclear — e os resultados são devastadores.

“A queima das cidades leva a nuvens de fumaça que sobem até a estratosfera, onde não há chuva para dissipá-las. O planeta escurece, congela e os alimentos deixam de crescer”, resume.

EUA e Rússia concentram cerca de 12 mil ogivas. China, Reino Unido, França, Índia, Paquistão, Israel, Coreia do Norte e possivelmente o Irã também têm ou buscam armamentos. A ameaça não vem só da intenção: falhas técnicas ou decisões apressadas podem acionar mísseis em minutos. A Rússia, por exemplo, possui um sistema automático de retaliação em caso de perda de comando.

Desarmamento nuclear

Lynas defende a retomada do debate sobre o desarmamento nuclear com a mesma força dos movimentos climáticos, mas alerta para a necessidade de ampliar o alcance político dessas campanhas. Ele critica a ideia de desarmamento unilateral, mas propõe medidas como sanções legais contra comandantes de potências nucleares.

Apesar do cenário alarmante, vê margem para mudança. Lembra que Trump, ao dialogar com líderes como Putin e Kim Jong-un, pode ter aberto portas para futuras negociações — assim como Reagan fez nos anos 1980.

*Com informações de The Guardian.

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