Segundo mês mais quente da história: maio de 2025 bate recordes, aponta Copernicus

Relatório europeu mostra que a temperatura média global em maio foi 1,4°C acima dos níveis pré-industriais

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O mês de maio de 2025 entrou para os registros como o segundo mais quente de todos os tempos, segundo o serviço climático europeu Copernicus. A temperatura média global atingiu 15,79°C, valor 1,4°C acima da média do período pré-industrial (1850-1900) e 0,53°C acima da média entre 1991 e 2020.

Apesar de representar uma leve queda em relação ao recorde anterior, registrado em maio de 2024, o dado não significa alívio: desde julho de 2023, apenas dois meses, incluindo maio de 2025, ficaram abaixo do limite de 1,5°C estabelecido pelo Acordo de Paris. “Essa breve trégua não muda a tendência de aquecimento. É provável que ultrapassemos novamente esse limite em breve”, alertou Carlo Buontempo, diretor do Copernicus.

Nos últimos 12 meses, de junho de 2024 a maio de 2025, a média global foi 1,57°C superior à do período pré-industrial, reforçando o alerta sobre o avanço das mudanças climáticas.

A primavera europeia apresentou contrastes: enquanto países do leste, como Finlândia e regiões dos Bálcãs, enfrentaram temperaturas abaixo da média, áreas do oeste registraram calor incomum. A temperatura média no continente em maio foi de 12,98°C — 0,29°C abaixo do padrão histórico. O noroeste europeu, por sua vez, vive uma seca severa, com níveis de precipitação e fluxo dos rios entre os mais baixos já medidos desde o início das medições modernas.

Em outras partes do mundo, o cenário também foi preocuapante: secas castigaram áreas da América do Norte, África Austral, América do Sul e Ásia Central. Já chuvas acima da média foram observadas no Alasca, leste dos EUA, partes da Rússia e Austrália.

As águas oceânicas também continuam aquecidas. A temperatura média global do mar em maio foi de 20,79°C, a segunda mais alta para o mês, com destaque para o Atlântico Norte e o Mediterrâneo.

O derretimento de gelo nas regiões polares também preocupa. No Ártico, a cobertura foi 2% menor que a média, enquanto a Antártida registrou extensão 9% inferior ao esperado — o quinto menor valor já registrado para o mês.

Segundo ainda o Copernicus, mesmo com variações sazonais, os dados reforçam que o ritmo de aquecimento global segue compatível com os piores cenários previstos pela ciência climática.

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