Pesquisas recentes revelam a existência de reservatórios naturais de hidrogênio em várias regiões do planeta, incluindo pelo menos 30 estados dos Estados Unidos. A descoberta pode acelerar a transição energética global, oferecendo uma fonte limpa e abundante de combustível.
Apesar do potencial, ainda há dúvidas sobre como o hidrogênio se forma e se acumula em grandes quantidades. Um novo estudo, publicado na revista Nature Reviews Earth and Environment, indica que a crosta terrestre gerou, nos últimos 1 bilhão de anos, hidrogênio suficiente para abastecer o mundo por 170 mil anos. A questão agora é identificar o que pode ser extraído de forma viável.
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Os autores listam três condições básicas para a formação de reservatórios: uma fonte geradora de hidrogênio, rochas que funcionem como reservatórios e selos naturais que impeçam o escape do gás. Um dos mecanismos mais comuns é a reação entre água e rochas ricas em ferro.
Formações antigas como a fenda continental média, no Kansas, têm atraído empresas como Koloma, Hy-Terra e Snowfox, apoiadas por grandes investidores como Bill Gates, BP e Rio Tinto. Essas companhias buscam ambientes geológicos favoráveis à produção e retenção de hidrogênio natural.
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O estudo também destaca que áreas com atividade tectônica e alto fluxo de calor ajudam a liberar o gás das profundezas para camadas mais acessíveis. Estruturas como ofiolitos, cinturões de greenstone e províncias ígneas são consideradas promissoras.
No entanto, nem todos os ambientes são ideais. Bactérias subterrâneas podem consumir o hidrogênio antes que ele se acumule, o que representa um desafio para a exploração. “Esses fatores precisam ser levados em conta nas estratégias de prospecção”, alertam os autores.
Atualmente, a maior parte do hidrogênio é produzida a partir de hidrocarbonetos, gerando emissões significativas de carbono. Já o hidrogênio natural tem baixa pegada ambiental por ocorrer de forma espontânea. Com as condições certas, pode se tornar um pilar da nova matriz energética mundial.
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