Imagem surpreendente do maior iceberg do mundo pode revelar futuro do planeta

Registro captado pelo satélite Aqua, da NASA, indicam atual situação do iceberg A23a

Iceberg A23a nearing South Georgia em fevereiro de 2025.Créditos: Wikimedia Commons
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Imagens recentes de satélite mostram que o maior iceberg do planeta, conhecido como A23a, está se despedaçando em milhares de blocos menores enquanto permanece encalhado próximo à ilha de Geórgia do Sul, no extremo sul do Oceano Atlântico. Apesar da fragmentação já visível, especialistas estimam que o colosso de gelo ainda levará meses, ou até anos, para se desintegrar completamente.

Com uma área de cerca de 3.100 km² — semelhante ao tamanho de Long Island, nos EUA — o A23a se separou da plataforma de gelo Filchner-Ronne em 1986. No entanto, ficou preso no fundo do mar por quase quatro décadas, só começando a se mover em 2023. Desde então, retomou seu percurso rumo ao norte, cruzando a Passagem de Drake, região apelidada de "cemitério de icebergs".

Em janeiro de 2025, o gigante gelado entrou em rota de colisão com a Geórgia do Sul. Dois meses depois, encalhou a cerca de 100 km da costa da ilha, marcando sua terceira vez preso ao fundo marinho.

Imagens captadas pelo satélite Aqua, da NASA, indicam que a borda norte do A23a é a mais afetada, com inúmeros fragmentos se desprendendo e formando uma vasta área coberta por gelo solto. Segundo a NASA, o maior desses pedaços, denominado A23c, já alcança 130 km².

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Milhares de pequenos icebergs se desprenderam do maior iceberg do mundo, o A23a, desde que ele encalhou na costa da ilha da Geórgia do Sul em março.  (Crédito da imagem: NASA/Aqua)

Embora muitos dos novos fragmentos pareçam pequenos diante do iceberg principal, alguns têm mais de um quilômetro de diâmetro e representam risco à navegação. Desde março, o A23a perdeu aproximadamente 520 km² devido ao chamado "desgaste de borda".

A ilha de Geórgia do Sul, habitada apenas por cientistas temporários, é um importante santuário de biodiversidade, abrigando milhões de pinguins, além de focas e aves marinhas. Icebergs encalhados próximos à costa podem prejudicar essas espécies ao alterar o ecossistema marinho e dificultar o acesso às áreas de alimentação.

Apesar da preocupação, a distância entre o iceberg e a ilha tem minimizado impactos imediatos. Alguns especialistas acreditam que o derretimento do A23a pode até favorecer o ambiente oceânico, ao liberar nutrientes benéficos para a vida marinha.

O episódio lembra o caso do A68, outro iceberg gigante que se aproximou da Geórgia do Sul em 2020, mas que se desintegrou rapidamente, dissipando temores ambientais. Com o avanço das mudanças climáticas, eventos como esse devem se tornar mais frequentes.

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*Com informações de Lives Science 

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