O cultivo de bananas, a fruta mais consumida no mundo, pode enfrentar sérias dificuldades nas próximas décadas. Um relatório da organização Christian Aid aponta que até 2080 quase dois terços das áreas produtoras da América Latina e do Caribe podem deixar de ser adequadas para o cultivo da fruta.
O estudo destaca que o aumento das temperaturas, eventos climáticos extremos e o avanço de pragas estão afetando países como Guatemala, Costa Rica e Colômbia, principais exportadores do produto. Esses fatores já reduzem a produtividade e impactam diretamente comunidades rurais que dependem da banana como fonte de renda e alimento.
Te podría interesar
Cerca de 80% da produção global de bananas é voltada ao consumo interno, e mais de 400 milhões de pessoas dependem da fruta para obter até um quarto de suas calorias diárias. No entanto, 80% das bananas exportadas para supermercados em todo o mundo vêm justamente da América Latina e do Caribe — regiões altamente vulneráveis aos efeitos da crise climática.
“As plantações estão morrendo. Sem colheita, não há como sobreviver”, relatou Aurelia Pop Xo, agricultora guatemalteca ouvida pela Christian Aid.
Te podría interesar
LEIA TAMBÉM: Desmatamento no Pantanal cai 75% entre agosto de 2024 e abril de 2025
A variedade cavendish, dominante nas exportações, exige temperaturas entre 15?°C e 35?°C e níveis adequados de umidade para se desenvolver. Tempestades e excesso de chuvas dificultam a fotossíntese e favorecem doenças, como o fungo da folha preta, que pode comprometer 80% da capacidade produtiva da planta. Outro problema é o fungo fusarium tropical raça 4, que se espalha pelo solo e já ameaça plantações em diversas partes do mundo.
Segundo a Christian Aid, as mudanças climáticas colocam em risco um alimento essencial e os meios de vida de populações que pouco contribuíram para a crise. A organização pede que países ricos abandonem os combustíveis fósseis e cumpram compromissos de financiamento climático.
“As bananas não são só uma fruta popular — são fundamentais para milhões de pessoas”, afirmou Osai Ojigho, diretor de campanhas da Christian Aid. “É preciso agir agora para proteger esse cultivo e quem vive dele.”
LEIA TAMBÉM: Ibama identifica e multa mais de 240 pessoas responsáveis por incêndios criminosos em 2024
*Com informações de The Guardian