Há mais de 100 anos — desde 1904 —, a espécie de coelho Omitelmi 'cottontail' (Sylvilagus insonus), também chamada "coelho-de-cauda-de-algodão", que podia ser encontrada apenas na região florestal de Serra Madre do Sul, no estado mexicano de Guerrero, não era capturada por observações científicas.
Endêmica de florestas de coníferas altas (árvores do gênero Pinophyta), a espécie já era tida como extinta da região mexicana há pelo menos 120 anos — e, por ser este o único local em que ocorre, também do mundo.
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Considerada, na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN, sob "grande risco de extinção" (sobretudo devido à caça predatória e à perda de seu habitat), a Sylvilagus insonus finalmente teve novas imagens registradas de sua aparição em área de reserva da floresta Serra Madre do Sul.
A captura das imagens foi tornada possível pela instalação de uma "armadilha fotográfica" como parte das buscas realizadas pelo órgão mexicano Manejo y Conservación de la Biodiversidad (INMACOB).
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Descrito como "totalmente diferente do coelho comum", o coelho-de-cauda-de-algodão finalmente recuperou a confirmação científica de sua existência, após as diversas expedições que ocorriam na região desde 2019, em áreas em que a espécie já havia sido documentada antes.
A longa busca por novos registros da espécie foi "cheia de reviravoltas inesperadas", como conta a oficial de espécies Christina Biggs à revista Newsweek, e "empregou de tudo, de entrevistas [com locais] a drones, para encontrar este pequeno coelho".
A redescoberta foi feita em área da Reserva da Biosfera Sierra Tecuani, que se sobrepõe ao seu habitat, abrangendo os municípios de San Miguel Totolapan, Ajuchitlán del Progreso, Tecpan de Galeana, Coyuca de Catalán e Atoyac de Álvarez, com extensão de 348.140,97 hectares.
Apesar do que indica seu nome, esse coelho não tem não tem uma "cauda de algodão". Sua cauda é, na verdade, curta e de coloração escura. De tamanho médio, a espécie é conhecida por ter pelagem marrom-acinzentada, com tons mais escuros ao longo do dorso, e orelhas curtas e arredondadas.
Ela também tem garras fortes, adaptadas para a escavação em terrenos acidentados como os que compõem seu habitat mexicano.
Veja, abaixo, o registro feito por câmera do INMACOB.