Neste sábado (25), completam-se seis anos do crime ambiental de Brumadinho (MG), quando a barragem Mina Córrego do Feijão, operada pela Vale, rompeu e matou 272 pessoas, além de contaminar a saúde de populações vizinhas e o meio ambiente. Para relembrar a tragédia e cobrar por justiça, movimentos sociais realizam diversos atos nesta sexta-feira (24) e sábado.
A vereadora Moara Saboia (PT), de Contagem MG), comentou sobre a data em entrevista ao Fórum Onze e Meia e criticou a impunidade em relação à falta de punição aos responsáveis pelo crime mesmo após seis anos.
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"Brumadinho e Mariana são marcas muito tristes para a história do estado de Minas Gerais, ainda mais para um estado que leva esse nome", afirmou Moara. "Brumadinho é a marca de um grande descaso e desrespeito."
A vereadora também destacou que a Vale, até hoje, não se empenhou em reparar os danos causados à cidade e à sua população. "Uma delas foi a promessa do metrô se expandir até Brumadinho para ajudar na economia da cidade, mas nem isso sequer começou a ser feito", disse.
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"Eu acho que a marca mais forte desse processo todo é a impunidade", destacou Moara.
A vereadora ainda criticou a postura do governador Romeu Zema (Novo) que, apesar dos dois crimes ambientais marcados na história do estado de Minas Gerais, facilita a exploração de minérios sem regulamentação.
"A gente vê mineradoras espalhadas por todo o estado e muitas barragens inseguras, que estão acima de cidade e não têm nenhum tipo de segurança", afirma Moara.
MAB convoca Jornada de Lutas pelos 6 anos do crime da Vale em Brumadinho
Nesta sexta-feira (24), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) começou a realizar a Jornada de Lutas em memória dos seis anos do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, operada pela Vale, em Brumadinho. O crime causou a morte de 272 pessoas em 2019, incluindo três ainda desaparecidas e dois bebês em gestação, além de provocar a contaminação da Bacia do Paraopeba.
Mesmo após seis anos, o MAB afirma que a reparação aos danos causados pelo rompimento continua limitada. Os atingidos protestam que o acordo firmado em 2021 entre o governo de Minas Gerais, a Vale e as instituições de Justiça tem se mostrado "insuficiente e mal executado".
"Cerca de 90% das famílias atingidas ainda não receberam as indenizações individuais previstas, enquanto projetos socioeconômicos essenciais, como os descritos no Anexo 1.1 do acordo, seguem em fase inicial. Paralelamente, as populações atingidas continuam expostas aos rejeitos tóxicos deixados pelo rompimento", argumenta o movimento.
O MAB também chama a atenção para o anúncio da redução e encerramento do Programa de Transferência de Renda (PTR), que atualmente beneficia 153 mil pessoas. O auxílio, que garante entre meio e um salário mínimo por mês, será cortado na metade de março e encerrado em abril de 2026.
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