Desde o início da série de queimadas e incêndios criminosos no país, em agosto deste ano, pelo menos 221 pessoas já foram detidas ou presas. O número se refere a registros de nove estados mais o Distrito Federal.
Os dados foram obtidos em um levantamento feito pelo Folha de S. Paulo e divulgado nesta segunda-feira (23).
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A análise foi feita com dados das seguintes unidades da federação: São Paulo, Distrito Federal , Rondônia, Pará, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Paraná. As ações foram realizadas pela Polícia Civil de cada estado e do DF.
Minas Gerais lidera o ranking, com 76 presos ou detidos por suspeita de incêndio em área de mata. Em relação ao ano de 2024, até o momento, foram 216 pessoas detidas ou presas. De acordo com o Corpo de Bombeiros do estado mineiro, foram registradas mais de 24 mil ocorrências de incêndios, superando o recorde atingido em 2021.
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Em seguida, aparece Rondônia, com 42 presos ou detidos por incêndios criminosos. No dia 27 de agosto, o estado declarou situação de emergência devido às queimadas e à poluição do ar. Entre o dia 1° e 26 de agosto, mais de 5,5 mil focos de incêndio foram registrados.
Após Rondônia, vem Goiás, com 31 presos ou detidos. Neste domingo (22), um terceiro incêndio atingiu o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, destruindo uma área de aproximadamente 2 mil hectares, o equivalente a cerca de 3 mil campos de futebol.
No final de agosto, um homem de 29 anos foi preso em flagrante na cidade de Bom Jardim de Goiás por provocar incêndio. À polícia, ele afirmou que sua ação foi por "motivos políticos" e que recebeu R$ 300 para provocar o incêndio.
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São Paulo vem logo em seguida no ranking, com 26 presos ou detidos pelos incêndios. Há exatamente um mês, no dia 23 de agosto, o estado começou a registrar uma série de incêndios. Nas redes sociais, fotos assustadoras de fumaça foram divulgadas por moradores.
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Dias depois, o Ibama afirmou que os incêndios eram todos criminosos e a Polícia Federal (PF) abriu inquéritos para investigar as ações. Uma análise do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) também apontou que os incêndios surgiram de forma simultânea de 80% em áreas agropecuárias.
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Para os pesquisadores, esses dados reforçam a suspeita de que os incêndios foram planejados, assim como no "Dia do Fogo", quando produtores rurais realizaram uma série de incêndios criminosos na Amazônia.
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Após São Paulo, aparece Mato Grosso, com 20 detidos e presos. O estado chegou a liderar o ranking dos que mais registram focos de incêndios no país, de acordo com dados do BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Ao todo, 17.169 km² foram queimados em agosto, de acordo com o MapBiomas.
Em seguida, aparecem no ranking Espírito Santo (8), Distrito Federal (8), Rio de Janeiro (5), Pará (4) e Paraná (1). Os estados do Maranhão e Sergipe responderam à pesquisa e informaram que nenhuma pessoa foi presa ou detida por incêndios criminosos.
Já Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina e Tocantins não forneceram dados.
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